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AS REFORMAS UNIVERSITÁRIAS PELO MUNDO – O GLOBALITARISMO (contribuição CAF-UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA)
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Moçao de Apoio do Grupo d Acção Estudantil do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) de Lisboa, Portugal
Moçao de Apoio do Grupo d Acção Estudantil
do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) de Lisboa, Portugal
à Ocupação da Reitoria da USP (Brasil)
A luta estudantil está longe de ser confinada aos muros da Universidade ou mesmo à fronteiras de um país. As dinâmicas de privatização do ensino superior estão presentes em todo mundo. Se nós por cá lutamos contra o processo de Bolonha e o seu real significado no que diz respeito à reconfiguração do ensino superior num mercado de diplomas académicos, a mesma luta faz-se também do outro lado do Atlântico.
Devido ao conjunto de decretos do governador de centro-direita do estado de São Paulo, a autonomia universitária – garante de um ensino universal de qualidade – está em risco.
Como forma de contestação várias universidades brasileiras estão neste momento a ser ocupadas pelos estudantes.
Face à ofensiva mediática, política e mesmo policial que hostiliza estas acççõese, o Grupo de Acção Estudantil (GAE – http://gae-iscte.blogspot.com/) do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) de Lisboa, Portugal, vem declarar o seu apoio e solidariedade aos estudantes das universidades públicas do estado de São Paulo na luta pela preservação da autonomia da universidade.
Acreditamos que a vossa luta é também a nossa.
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MOÇAO DE APOIO AS OCUPACOES QUE OCORREM PELO BRASIL
MOÇAO DE APOIO AS OCUPACOES
QUE OCORREM PELO BRASIL
Nós, estudantes da Reitoria Ocupada da Universidade de São Paulo, apoiamos integralmente as ocupações de Diretorias e Reitorias ocorridas pelo Brasil afora.
Reiteramos a legitimidade das ocupações devido ao seu caráter político, intelectual e defensivo.
Repudiamos qualquer intervenção autoritária e/ou violenta que visa apenas implodir o debate verdadeiramente democrático que tivemos que impor.
Nossa luta pela Autonomia Universitária é uma postura rígida para que a nossa Constituição de 1988 seja cumprida.
Acreditamos que, historicamente, a dependência do nosso país fora consentida, depois passou a ser tolerada e atualmente configura-se como uma dependência desejada.
Desejamos um projeto coerente de Nação em que a Educação pública, gratuita e de qualidade é um de seus pilares.
Nosso grito é unívoco, por CONSTITUCIONALIDADE.
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MAIS DIREITOS: A VOZ, A LITERATURA, A OCUPACAO, A GREVE
DIREITO A VOZ
DIREITO A LITERATURA
DIREITO A OCUPACAO
DIREITO A GREVE
Estou/estamos em greve!
Não sou/não somos vagabundos!
Busco/buscamos um mundo melhor, uma vida melhor e uma sociedade mais justa (Utopia? Tenho/tenhamos a certeza de que não é utopia).
Eu não conscientizo ninguém, ninguém me conscientiza: nós nos conscientizamos juntos! (paráfrase de Paulo Freire). Eis para mim a grande beleza do ser humano.
As conquistas, em um curto prazo podem ser pequenas. Mas, viver pelo imediato também é pensar pequeno.
Deixo aqui as minhas impressões sobre todas as manifestações que estão eclodindo no país e que a grande mídia finge não acontecer. Meu sincero apoio à ocupação da Reitoria da USP.
Desculpem a utilização deste espaço. Não sabia como enviar para o devido lugar.
Abraços, Luiz Augusto
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DIREITO A LITERATURA, DIREITO A OCUPACAO
DIREITO A LITERATURA
DIREITO A OCUPACAO
Segue poema feito pelo poeta Dr. Francisco do Jardim Vista Alegre, advogado, militante do humanismo e também aluno do curso de Letras da USP, em homenagem aos ocupantes da reitoria:
Ocupação
O poeta aos heróis saúda
A luta não começou, continua
E prá quem pensou, não se iluda
Não é pavulagem a nossa luta
A visagem da ditadura
Não morreu, continua
Despiu-se da armadura
Prá mostrar face crua e nua
Face neoliberal
Quando convém
Mostra o seu mal
Não poupa ninguém
A face do herói
É a juvenil
Fibra jovem não se corrói
Ainda que tenha lutas mil
E a causa é universal
Não é um pedido negociavél
É a sobrevivência da vida cultural
Tão desprezada por gente amigável
Não passarão anônimos
E sua causa não será inútil
Ainda que o povo fique atônito
O capital não imporá seu ardil
autor: Dr. Francisco do Vista Alegre, 25maio2007
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UNESP ILHA SOLTEIRA EM GREVE
UNESP
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA EM GREVE
Informamos que os estudantes da FEIS (Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira) em uma assembléia deliberativa decidimos entrar em greve de alunos.
Hoje fizemos uma passeata com apoio de uma grande maioria dos estudantes da faculdade. Neste mesmo dia, o campus principal está sendo invadido, as localizões variam desde a secretaria até os parques da faculdade.
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Culturas de Greve em Portugal e no Brasil (o grito é mundial)
Culturas de Greve em Portugal e no Brasil
Elísio Estanque
Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Professor convidado da USP – São Paulo
Portugal está em greve e o mesmo acontece no sector universitário paulista. A greve é, disseram uns sociólogos citando Clausewitz, “a continuação da negociação por outros meios”. Acho que esta é uma formulação adequada, sobretudo quando as greves ocorrem num regime democrático, no qual é suposto uma permanente negociação de interesses entre os diferentes actores do conflito social e político. É de conflito que se trata. Mas tal como o conflito não acaba com o fim da greve, a negociação não pode acabar com o seu início. A negociação continua por outros meios, na medida em que o conflito aberto trata sobretudo de mostrar o peso relativo de cada uma das partes nele envolvidas, procurando alterar a correlação de forças. E as paralisações do trabalho mais as manifestações de rua têm um custo não só económico mas também político que pode ser demasiado elevado.
Em Portugal, desde os anos 70 que as greves se foram tornando impopulares. Quer no discurso público quer no imaginário popular foi-se instalando a ideia de que só fazem greve os que “não gostam de trabalhar”, os que só pensam nos seus interesses, supostamente indiferentes aos “interesses do país”. Passámos por um período em que a cultura de greve se inscrevia numa expectativa colectiva de que a greve era parte de um processo mais vasto, era uma etapa da consciencialização, visando a sociedade socialista, que estaria no final do caminho. Só que, entretanto, foi a utopia que se perdeu no caminho e a greve passou a limitar-se à defesa de regalias materiais. Porém, quem tinha mais passou a estar menos disposto a aderir, e as greves não só passaram a mobilizar menos como se foram limitando aos sectores mais protegidos.
A cultura de greve deixou de ser emancipatória para se tornar corporativa. Com tudo isto chegámos a um ponto em que se bateu no fundo. Ou seja, os sectores estáveis, a que alguns chamaram “privilegiados”, deixaram de o ser e estão todos a tornar-se precários. Este é talvez o ponto em que, outra vez, os que antes pensavam só em si próprios percebem a importância da aliança com os restantes, e os mais precarizados começam a perceber que a cultura do “deixem-nos trabalhar”, o sacrifício necessário para garantir o mínimo de bem-estar ou mesmo para “salvar o país da crise”, não passou de um imenso logro. O benefício da dúvida que muitos deram a Sócrates há dois anos não valeu a pena.
Também no Brasil o rastilho das greves e do protesto parece ter pegado. No início parecia uma brincadeira de crianças. Há quase um mês que os estudantes ocupam a Reitoria da USP em protesto pela quebra abrupta da negociação com a reitora e em luta contra um conjunto de decretos do governo de José Serra, que visam reduzir a autonomia da universidade e talvez empurrar a instituição – a melhor do país – para um processo de privatização a prazo. Pouco depois, os funcionários declararam greve, seguindo-se-lhes os professores. Piquetes, paralisações e até invasões já se estenderam a várias instituições e têm ocorrido manifestações noutras regiões do país. Em São Paulo também os funcionários das Universidades Federais entraram agora em greve. O governador J. Serra dá sinais de hesitação e de recuo. Os grandes média começam a vacilar na sua habitual postura contra a “violência” de quem protesta. As reuniões negociais continuam, aparentemente sem sucesso. E na USP vive-se um “Maio de 2007”, que faz lembrar o de 68, em que a “cultura de greve” é parte do programa de actividades culturais da Reitoria ocupada desde 3 de Maio. Com as aulas paralisadas, os universitários, cunhados de radicais “desordeiros”, estão a dar uma lição às forças organizadas e aos partidos que se acoitam no poder.
O que há, afinal, aqui em comum? Há dois governos que era suposto serem de esquerda e estão a fazer a política do capital e de desprezo pelos que trabalham. De ataque ao Estado e em prol do privado. No caso, é o do Estado de São Paulo que está na berlinda, mas, ao fim e ao cabo, PT e BSDB são agora também aliados no governo central. No Brasil a precariedade é estrutural e as diferenças partidárias são cada vez mais indestrinçáveis. Em Portugal parece que seguimos o mesmo rumo. No momento espera-se que, num e noutro caso, as greves mostrem a importância fundamental da negociação – e do conflito – em democracia. Porque as democracias formais e os tecno-burocratas que as governam não chegam para resolver os problemas.
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GRUPO DE DISCUSSÃO SOBRE OS DECRETOS
GRUPO DE DISCUSSÃO SOBRE OS DECRETOS
QUINTA-FEIRA, 31/05/2007, às 10h,
NA REITORIA DA USP
Grupo de discussão sobre os decretos do governador José Serra com participação dos alunos da USP, UNESP e UNICAMP, e aberto a todos os estudantes, professores e funcionários.
Após a discussão, às 13h, sairemos em marcha rumo ao Palácio dos Bandeirantes.
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