ASSEMBLÉIA DA POLI ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

 

ASSEMBLÉIA DA POLI ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

 
 

Os alunos da ESCOLA POLITECNICA, dos cursos de CIVIL e AMBIENTAL, deliberaram em Assembléia ocorrida hoje que NÃO APÓIAM A OCUPAÇÃO e o posicionamento CONTRA OS DECRETOS.  Optaram também por nao entrar em greve.
 
 

Amanha, às 11:00 no Anfiteatro do BIENIO, ocorrerá a ASSEMBLÉIA GERAL DOS ESTUDANTES DA ESCOLA POLITÉCNICA.

 

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COMENTÁRIOS SOBRE A SUPOSTA LISTA DE “PROFESSORES” DA USP PELA DESOCUPAÇÃO DA REITORIA

Caros colegas da ocupação,

Acabo de olhar a tal lista de "professores desolados" que apóiam a "desocupação imediata" da reitoria com mais calma. É assustador, vocês têm toda razão. Encontrei nomes de calouros (filhos de amigos, o que me deixou ainda mais assustado), de servidores não-docentes e até de alguns colegas docentes que estranhamente assinam também outras listas de teor completamente diferente — ou seja, de apoio às negociações com os estudantes. Incluem-se até mesmo ex-diretores de gestões recentes da ADUSP.

Nada disso seria tão grave se essa lista não tivesse o cunho oficial que adquiriu. Ela é a única lista (das três que circulam na USP) que pode ser encontrada atualmente no portal da USP. Além disso, ela foi iniciada por uma diretora de unidade da USP, o IAG. Aliás, cabe aqui um comentário delicioso: a maioria dos integrantes da congregação do IAG, de onde a tal lista se originou, confessou, em reunião recente, desconhecer o teor dos decretos. Para que os colegas se informassem sobre o tema que motiva a ocupação (depois de fazerem circular a tal lista), foi preciso enviar-lhes um e-mail, a partir da diretoria do instituto, contendo links para o blog da ocupação, onde eles poderiam encontrar informação fidedigna!… Enquanto isso, a administração universitária formou um grupo de oito diretores de unidades para estudar os decretos, mas esqueceu-se de incluir pelo menos um jurista.

Resumindo: o desgaste da administração universitária chegou a tal ponto que, para obter assinatura de 15% dos "professores" da USP a uma lista de apoio, amplamente divulgada por meios oficiais, foi preciso conclamar calouros e servidores não-docentes a participarem de uma significativa lição de falsidade ideológica.

Outro ponto essencial é o tal "apoio das congregações". O portal da USP simplesmente deixou de incluir as manifestações que fugiram do texto-padrão, como por exemplo a declaração clara e sucinta da Faculdade de Saúde Pública em defesa da universidade e das negociações. Por outro lado, cria constrangimento ao manter manifestações que tiveram de ser reformuladas pelas respectivas congregações quando ficou evidente que o seu teor não espalhava a opinião majoritária de seus integrantes — caso do ICB, que acaba de reformular completamente sua posição pública.

Com isso, a administração universitária (mais apropriado seria chamá-la de "gestão anterior") conseguiu a proeza de esgarçar as relações entre os docentes exatamente em um momento em que todos deveriam estar unidos em defesa da autonomia universitária, que sofre ataque externo. Da nova gestão, que assumiu a reitoria nesse atípico mês de maio, espera-se a manutenção de uma conduta firme de defesa da instituição.

Marcelo U. Ferreira
Professor associado do ICB

 Obs: grifo nosso.

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Aos ocupantes e Professor Marcelo,

 

Muito bom trabalho e argumentos sobre essa lista. Eu até achei dois ex-alunos meus de graduação do ano passado. Também tem o nome de Reinaldo Azevedo, "blogista" da VEJA, listado como professor da Poli! E os cientistas das exatas reclamam que nós, professores das humanas, nâo sabemos lidar com números e métodos científicos! 🙂 Por acaso, o abaixo-assinado em favor da ocupação foi montado por uma professora de Letras.

Força e todos ao palácio hoje,

Sean Purdy, Prof.Dr., História, FFLCH

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Urgente: chamado à todos/as para irem ao ato!

A manifestação com 5 mil pessoas está cercada por um cordão do choque na altura da Av. Francisco Morato com a Av. Morumbi.

Reforça-se para que todos/as estudantes, professores/as e simpatizantes dirijam-se ao ato!!!

 

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Polícia começa a cercar os manifestantes no ato agora!

Em caminhada para o Palácio do Bandeirantes, a tropa de choque parece cercar os manifestantes na Av Morumbi. O intuito é barrar a passagem das 5 mil pessoas e fazer com que apenas uma comissão se dirija ao Palácio. Estamos negociando a passagem de todos neste momento.

Este é um chamado para que todos se dirijam ao ato!

 

Os mortos


os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos

eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
       certas sinfonias
                 algum bater de portas,
       ventanias

           Ausentes
           de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
           se de fato
           quando vivos
           acharam a mesma graça

                
Ferreira Gullar
De Muitas Vozes (1999)

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Nota sobre os decretos editados

Nota pública sobre o Decreto Declaratório nº 01 de 30 de maio de 2007

 

O movimento das universidades estaduais paulistas vem a público prestar esclarecimento do nosso entendimento sobre os decretos do governador editados no início de seu mandato, bem como do editado em 30 de maio de 2007.

Os decretos formam um conjunto de medidas que apontam um projeto de educação que não é referenciado pela sociedade e nem é fruto de discussão pública.

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a autonomia universitária (que inclui a autonomia didático-científica e a autonomia de gestão financeira), e a garantia de verbas públicas para a educação, são princípios que norteiam o movimento e guiam seu entendimento e decisões sobre os decretos.

O governo, através do decreto declaratório, sinalizou que começa a entender a importância da autonomia universitária, legitimando o movimento que, desde o início, denunciava o seu ataque.

 

 

São Paulo, 31 de maio de 2007

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Apoio dos Centros Acadêmicos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro

 Moção de apoio à ocupação da reitoria da USP/ Conselho de Ca´s UERJ

 

O Conselho de Centros Acadêmicos, da Universidade do Estado do Rio de Janiro, reunido em 29 de maio de 2007  apóia à ocupação da reitoria da USP pel@s estudantes e repudiamos qualquer ato, policial ou da administração central da USP , que represente uma ameaça a livre expressão e organização do movimento estudantil.
Repudiamos também a forma como a imprensa, em especial a Folha de São Paulo e o império Globo, criminaliza e ridiculariza o movimento de ocupação e (des)informa mentiras mostrando claramente de quem são servos: Do capital finaceiro e privatista da esfera pública.
Entendemos que as demandas estudantis e da educação se confrontam cada
vez mais com o projeto apresentado pelos governos de Lula e o de
Serra, onde o que prevalece é a lógica do mercado, o fim da esfera
pública e o consequente emprobrecimento da população brasileira.
Estamos junt@s na defesa da educação gratuita, de qualidade, laica,
para todos e todas, essencialmente pública e fundamentalmente
socialmente referenciada.
No caso da Uerj as reivindicações não são muito diferentes. Aqui
também somos alijados do processo político, decisório, democrático e
plural no interior de nossa universidade.Também nos falta alojamento,
bandejão, creche e estrutura física que a cada dia se encontra mais
corroída. Desta forma achamos que é mais que viável a junção de pautas
que nos unifiquem e nos fortaleça sem perder de vista nossas
especifidades, pois o que está em jogo é a universidade e todo o
serviço público brasileiro.
Nos causa tamanha alegria ao ver a juventude sair do estado coletivo
de anestesia e paralisia que contamina toda uma geração. Com vocês,
companheiros e companheiras, refizemos o caminho da ação coletiva, da
esperança ( aquela que não foi vulgarizada), da retomada da juventude
enquanto sujeit@ da História e da inesgotável luta.
Estamos junt@s e reiteramos nosso apoio e queremos convocar @s
estudantes para estarem daqui pra frente para apoiar e somar nessa
batalha.

Saudações Estudantis e de Luta
Conselho de Centros Acadêmicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Moção de Apoio

Congratulações pela vitória contra a tentativa do governador José Serra de cercear a autonomia das universidades paulistas e da FAPESP, graças a atuação dos alunos que ocuparam a reitoria da USP foi possível esta vitória. Vocês escreveram uma das páginas mais belas da história deste país.


Pedro Carlos Strikis pós-graduando parasitologia IB UNICAMP.
Maria Laura Misailidis Lerena graduanda farmácia.

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Apoio da Associação Latino Americana de Ensino e Pesquisa em Serviço Social

 
 
 
Aos estudantes da USP

Vimos por meio deste manifestar nosso apoio à luta dos estudantes, professores e funcionários da USP pela revogação dos
atos do governo Serra que ferem a autonomia universitária. Apoiamos a ocupação como forma legítima de luta e contra a
intervenção policial. Assim como apoiamos a luta dos estudantes, professores e funcionários da UNICAMP E UNESP. Pel
atendimento das reivindicações, pelo ensinoi público, laico e gratuito. Executiva da ALAEITS-Associaçào Latino Americana de
Ensino e Pesquisa em Serviço Social- Secretária professora Bewatriz Abramides

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Contra os decretos em favor da Autonomia e da Ocupação

Publicamos aqui um texto do Professor Paulo Martins da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP sobre os decretos do governador José Serra, sobre a Autonomia Universitária, a Imprensa e a Ocupação da USP. Este artigo originalmente seria publicado no jornal Folha de São Paulo, mas foi rejeitado pela editoria deste jornal.

Autonomia, Justiça, Ocupação e Certa Imprensa

Paulo Martins

Professor Doutor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da FFLCH/USP, Vice-coordenador da Pós-graduação em Letras Clássicas.

De acordo com dados oficiais e oficiosos, a Universidade de São Paulo responde por grande parte da pesquisa produzida no país ( 26.748 artigos publicados no Brasil e no exterior) e, seguramente, é ela também responsável por oferecer o melhor ensino de graduação ( 48.530 alunos) e de pós-graduação (25.007 alunos), alimentando, pois, o "famigerado mercado" com profissionais competentes. Além disso, poder-se-ia pensar em sua atuação junto à população como extensão de suas atividades que, muita vez, são essenciais principalmente aos cidadãos carentes de nosso "rico estado". Um bom exemplo: o atendimento feito no Hospital Universitário em 2006 a 255.597 pacientes em regime de urgência e 160.565 pacientes, no ambulatório[1] [1].

A quem, então, se deve a qualidade de ensino, pesquisa e extensão que leva, por exemplo, a Universidade de São Paulo a ser ranqueada pelo Institute of Higher Education da Universidade de Shangai (Academic Ranking of World Universities – 2006) como a melhor Universidade da América Latina ou a figurar entre as cento e cinqüenta melhores do mundo, ou ainda, de acordo com a Webometrics Ranking of World Universites como a primeira entre os países emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China)? A resposta é vasta, pois passa pela qualificação dos professores (dos 5.222, 96,3% têm titulação de doutor), pelas bibliotecas (39 com 6.907.777 volumes), pelos 47.866 alunos com acesso a microcomputadores. Mas pode ser resumida em uma só palavra "autonomia".

Essa, de acordo com o Dicionário Houaiss, entre outras possibilidades, é: "capacidade de se autogovernar; direito reconhecido a um país de se dirigir segundo suas próprias leis; soberania; faculdade que possui determinada instituição de traçar as normas de sua conduta, sem que sinta imposições restritivas de ordem estranha; direito de se administrar livremente; liberdade, independência moral ou intelectual. " Pois bem, a Constituição Brasileira, em seu artigo 207 (com acréscimos da Emenda Constitucional no. 11), estende o preceito às Instituições de Ensino Superior, propondo:

"As universidades gozam de autonomia didático-cientí fica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão."

Tal aplicação também ocorre na Constituição do Estado de São Paulo, em seu artigo 254:

"A autonomia da universidade será exercida, respeitando, nos termos do seu estatuto, a necessária democratização do ensino e a responsabilidade pública da instituição, observados os seguintes princípios:

I – utilização dos recursos de forma a ampliar o atendimento à demanda social, tanto mediante cursos regulares, quanto atividades de extensão;

II – representação e participação de todos os segmentos da comunidade interna nos órgãos decisórios e na escolha de dirigentes, na forma de seus estatutos."
 
Foi, justamente, aplicando o conceito à administração didático-cientí fica e à gestão financeira, orçamentária e patrimonial que, a partir de 1988, a população brasileira observou um aumento significativo dos indicadores de produtividade das universidades ainda que restrições severas devam ser feitas à avaliação do desempenho universitário, tendo por base única e exclusiva os dados estatísticos, dada a diversidade e universalidade das atividades acadêmicas, que não podem e não devem ser avaliadas da mesma maneira sempre. Mesmo assim, vale ressaltar que a partir da promulgação da Constituição até 2006, por exemplo, a produção científica da UNICAMP aumentou 602% e o número de vagas de graduação e pós-graduação nas três Universidades sofreu um aumento inquestionável.

Por sua vez, 2007 assiste a uma agressão séria à justiça, princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado, e ao Estado de Direito, dentro das Universidades Estaduais Paulistas, isto é, assiste a uma transgressão velada da Carta Magna do país e do estado. Sob o pretexto da transparência administrativa, o governo José Serra solapa, a uma só penada e ao arrepio da lei maior, uma conquista da comunidade acadêmica ao publicar "seus" decretos 51.535/07 (que dá nova redação ao artigo 42 do Decreto nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007, que organiza a Secretaria de Ensino Superior.), 51.460/07 (que dispõe sobre as alterações de denominação e transferências que especifica, define a organização básica da Administração Direta e suas entidades vinculadas), 51.461/07 (que organiza a Secretaria de Ensino Superior), 51.636/07 (que firma normas para a execução orçamentária e financeira do exercício de 2007) e 51.660/07 (que institui a Comissão de Política Salarial).

Assim, esses decretos, sob o falso e mentiroso resguardo da autonomia, impedem a contratação de funcionários e professores; dispõem do patrimônio das Universidades; vinculam a dotação orçamentária a necessidades práticas e imediatas do mercado e não permitem a livre negociação salarial. Exemplo, propriamente dito, pode ser facilmente aferido num rápido exame de um dos artigos do decreto 51.471/07:

"Artigo 1º – Ficam vedadas a admissão ou contratação de pessoal no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta, incluindo as autarquias, inclusive as de regime especial, as fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e associedades de economia mista.

(…)

§ 2º – O Governador do Estado poderá, excepcionalmente, autorizar a realização de concursos, bem como a admissão ou contratação de pessoal, mediante fundamentada justificação dos órgãos e das entidades referidas no "caput" deste artigo e aprovada:"
 
Vale dizer que as Universidades Estaduais Paulistas são Autarquias de Regime Especial e, portanto, como se pode observar, apenas o Senhor todo poderoso governador do Estado de São Paulo pode efetivamente contratar professores e funcionários para as Universidades. Bem, se essas não podem contratar quando bem lhe aprouver, então sua autonomia inexiste. Esta é apenas uma confirmação do quanto se mente quando se governa. Assim, o repúdio a tais decretos, acrescido de outras reivindicações não menos justas, associado a certa inabilidade política da dirigente máxima da USP, a reitora Professora Suely Vilela, provocaram a crise em que vive hoje a Universidade, que foi coroada com a ocupação das dependências da Reitoria da USP.

Ainda quanto aos decretos, eles soariam muito naturais, esperados e desejados se a sociedade, real proprietária e beneficiária das Universidades estaduais, de alguma forma, encontrasse nelas irregularidades que maculassem a probidade administrativa, ou ainda, não visse nelas um pólo de excelência que servisse de modelo para a educação fundamental e básica, esta sim mais do que vilipendiada pela administração direta de sucessivos governos estaduais, entre os quais aqueles a que se filiam os atuais mandatários do governo. Assim não satisfeitos de serem co-responsáveis com o fim da educação básica e fundamental de qualidade em nosso estado, lançam suas mãos nefastas e nefandas também sobre as Universidades.

Contudo, com desfaçatez e dissimulação, o governador José Serra e seu secretário José Aristodemo Pinotti, afora os asseclas e epígonos sem postos no governo (não sei como) de certa imprensa, mormente, "blogueiros" e articulistas de certa revista semanal, que, de passagem, prima por ser um veículo de pensamento único, disfarçada e dissimulada no pluralismo, no respeito às instituições e ao "Estado de Direito" teimam em transferir a responsabilidade da crise que hoje se vê na USP, UNESP e UNICAMP para aqueles que reagiram à agressão dos decretos e à falta de boa vontade dos dirigentes universitários. A mídia (de modo geral – há exceções) e Governo acusam os alunos de "invasores", desordeiros, baderneiros etc. Não escapam também às suas acusações professores e trabalhadores da Universidade de São Paulo. Seriam estes os manipuladores daqueles, massa acéfala, que, supostamente, incitada, tomou com violência as dependências da reitoria em nome de uma posição partidária ou, como preferem, "em nome de um programa comum da esquerda retrógrada", ou melhor, da "neo-esquerda" que abarcaria – vejam só – o PT, o PSTU, o PSOL e o PCdoB, como se esta unidade já não estivesse inviabilizada desde muito tempo. Afinal os bandidos "remelentos" e "mafaldinhas" ("que merecem ser entregues aos papais e mamães pela PM"), como um desses jornalistas se refere aos alunos da Universidade, estão tentando desestabilizar o governo por puro rancor eleitoral em nível estadual. Ridículo!

Se justiça há a partir da conformidade dos fatos com o direito, violência existe, sim, por parte de um terrorismo de Estado, travestido de respeito ao cidadão, encarnado atualmente pela política do ensino superior do Estado de São Paulo. Mais do que isso, o desejo do governo não é transparência, é, sim, ter poder decisório sobre os 9,57% da arrecadação de ICMS que em 2006 significou em valores absolutos 5,2 bilhões de reais.

O mínimo esperado do governo e da reitoria diante da crise universitária por eles criada é respeito real e concreto àqueles que trabalham e estudam nas Universidades Estaduais. Assim, ouvir a comunidade acadêmica, discutir realmente com ela, recebê-la de fato e, vez por outra, atendê-la em suas reivindicações, longe de demonstrar fraqueza – há que se pensar nisto, haja vista a possibilidade da retirada dos manifestantes pela força policial – são características dos verdadeiros homens de Estado e de efetivos administradores de universidades públicas. É uma pena, entretanto, que atualmente não encontremos nem estadistas no palácio dos Bandeirantes, tampouco bons administradores à frente da maior Universidade do país. Quanto a certos jornalistas, bem, diante deles me calo, afinal para que servem se apenas sabem servir ao poder constituído.. .

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ATO CONTRA OS DECRETOS

GRANDE ATO NO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES

 
Convidamos a todos para o ATO em frente ao Palácio dos Bandeirantes nesta quinta-feira, dia 31/05.

 

Haverá uma concentração em frente à Reitoria às 12:00.
 

 

Em defesa da educação pública – abaixo os decretos!

Há 29 dias, estudantes ocupam a Reitoria da USP para defender a autonomia das universidades estaduais paulistas dos decretos do governador José Serra emitidos no início do ano. A ocupação foi uma forma de iniciarmos um debate sobre os ataques que a educação pública, em todos os níveis, vem sofrendo.

Denunciamos a interferência negativa que os decretos pretendem exercer nas universidades. O chefe da recém criada Secretaria de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, diz que se trata de um “gesto de valorização da universidade, de estar mais perto para ajudar, para melhorar”. Não consideramos que centralizar nas mãos do governador decisões sobre linhas de pesquisa, contratação de professores e remanejamento de verbas é “valorização”. É, sim, um desrespeito à Constituição de 1988, que prevê autonomia de gestão, financeira e didático-científica para as universidades públicas. É a perspectiva de institucionalizar um projeto privatista para o ensino superior público.

Destacamos que os decretos agravam um quadro de precarização delineado ao longo de vários anos por políticas públicas que sucateiam a educação pública. Exemplo disso foram os vetos do governo do Estado em 2005 e 2006 (Alckmin/Lembo) ao aumento de verbas para a educação pública.

Lutamos contra essas políticas – e pela educação pública de qualidade – não apenas quando exigimos a revogação dos decretos, mas quando reivindicamos também o direito à assistência estudantil para que estudantes de baixa renda possam entrar e permanecer na universidade, a contratação de professores suficientes para a expansão de vagas dos últimos anos, a reforma de prédios e equipamentos que hoje se encontram em estado precário, dentre outras pautas.

Até o momento, Serra não explicitou as intenções que nortearam o conjunto dos decretos. Ao contrário, o governador procura abafar o debate, reiterando que os decretos não valem para as universidades, que seu conteúdo é inofensivo. Se assim é, que sejam, então, revogados.

A ocupação da Reitoria da USP e a greve das universidades estaduais convidam a sociedade para aprofundar o debate e se juntar à defesa da educação pública, gratuita, para todos, em todos os níveis!
 

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