*Nota de Repúdio*
O Fórum das Seis, que congrega as entidades representativas de docentes,
funcionários técnico-administrativos e estudantes das universidades
estaduais paulistas e do Centro Paula Souza, manifesta veemente repúdio
à utilização de expedientes policiais como foi o caso perpetrado contra
os estudantes no campus da Unesp de Araraquara na madrugada de 20/06/2007.
A defesa da autonomia das universidades estaduais paulistas se faz com
base na construção de estratégias de resolução dos seus conflitos
internos por meio do diálogo e da negociação entre as partes, o que
implica a compreensão de que as reivindicações dos setores que a compõem
se inserem numa perspectiva histórica, que deve ser devidamente
contextualizada, de modo que as questões postas sejam passíveis de
superação.
A utilização de força policial, na tentativa de resolver conflitos
instalados, ataca a autonomia universitária e coloca sob a tutela da
Secretaria da Justiça e da Segurança Pública a resolução de problemas
internos à universidade. Ao contrário, a adoção dessa postura contribui
para a configuração efetiva de um impasse que não interessa à sociedade.
Tal impasse só poderá ser rompido com a retomada das negociações. A
negociação é uma prerrogativa da autonomia universitária e o uso de
força ou de qualquer forma de punição aos que lutam por uma universidade
pública, gratuita, autônoma e democrática é inadmissível.
*São Paulo, 21 de junho de 2007.*
FÓRUM DAS SEIS ENTIDADES
ACABOU A OCUPACAO, MAS OS ESTUDANTES QUE OCUPARAM A REITORIA DA UPS NOS PROVERAM COM EXEMPLOS GRANDISSIMOS DE CORAGEM E PRINCIPIOS!!
GRANDE ABRACO AQUI DA CALIFORNIA,
ROBERTO SUN.
AINDA BEM QUE ACABARAM COM ESSA PALHAÇADA, PERDEDORES!!! hahaha
desocupou ou não? informem os estudantes!
FINALMENTE……. OS DESOCUPADOS ESTÃO DESOCUPANDO A REITORIA…….
FINALMENTE O CAMPUS VAI VOLTAR A FUNCIONAR DIREITO…….
Vocês falam muita besteira. A alienação é total! Vivemos em um Estado de Direito, onde existem leis e o Poder de Polícia do Estado, que pode e deve entrar em ação quando condutas afrontam diretamente as leis e a ordem social.
Essa ocupação é ilegal. Nada mais natural, portanto, do que o Estado desocupar a Reitoria à força. E por favor, antes de dizerem asneiras do tipo “A USP é pública”, recomendo aos amigos consultarem qualquer advogado ou professor de Direito para entender que eu tenho razão quando digo que a invasão é ILEGAL.
As reivindicações são utópicas! Lembro-me de um colega da FFLCH que pleiteava a proibição do trânsito da Polícia Militar no campus. ISSO É UM ABSURDO! Vocês acham que estão no Mundo Encantado de Utopia ?? Se a Polícia Militar não realizar rondas no campus (como se o campus não fosse parte da sociedade) aquilo lá vai se tornar um território neutro, onde a balbúrdia, a agitação e o consumo de drogas seria livre! Sem mencionar os inúmeros furtos de veículos…
Eu gostaria que a estudante que se manifestou aí em cima, a “Malu Palmieri” morasse em uma favela lá no Rio de Janeiro, para ela ver de perto a verdadeira realidade social do Brasil, e a real necessidade da presença e do trabalho da Polícia.
Essa ocupação já perdeu totalmente o sentido. Palavras de ordem que não deram em nada, tumulto em manifestações que também não deram em nada e só serviu para tumultuar a vida do paulistano. Sem mencionar o fato de que toda essa falta de organização e diretrizes só serviu para queimar a FFLCH e os estudantes diante da sociedade. Para a grande maioria da sociedade, vocês são apenas um bando de pseudo-revolucionários escapistas, que ao invés de encarar o mundo real e trabalhar, preferem viver como massa de manobra de algum partido político obscuro.
Perde-se a noção da realidade, mas não perde-se o “romantismo e a vontade de lutar”!
Recomendo aos “grandes revolucionários” que estudem um pouco de História, para saberem como os detentores do poder político temporal (seja Stálin, Mao, Castro, Hitler, Mussolini…) tratavam (ou ainda tratam) seus opositores políticos. Ou pior, como iriam tratar um bando de estudantes que invadiram uma universidade pública a pretexto de nada.
VOCÊS TÊM SORTE DE ESTAREM NO BRASIL!
Anotem o que vou dizer. Aliás, anotem o que vou repetir, pois eu já tinha dito isso no terceiro dia da ocupação: A OCUPAÇÃO NÃO VAI DAR EM NADA. N-A-D-A! VOCÊS VÃO SAIR E NENHUMA DAS REIVINDICAÇÕES (QUE DIMINUEM A CADA DIA, DIGA-SE DE PASSAGEM) SERÁ ATENDIDA PELO DETENTOR DO PODER POLÍTICO.
Vocês verão como eu tinha certeza…
Um movimento estudantil baseado em mentiras é um movimento legítimo? Um movimento que alega defender os interesses da Universidade pública, e no entanto, tem alunos que depredam o patrimônio público dentro da própria Universidade defendida não é um contracenso?
Movimento que pede ampliação de uma moradia estudantil que no presente ano tem vagas ociosas, é necessário? Um movimento que conta com estudantes que mais bebem e vomitam o que leram de Marx, sem nem saber direito o que estão falando (já que seus históricos são medíocres) deve ser considerado? Um movimento que se iniciou com um “Comite de Greve” não eleito pelos estudantes da faculdade e que agora brada defender os interesses da classe estudantil (embora cerca de 800 pessoas foram impossibilitadas de votar pelo fim da greve em Araraquara) deve ser levado em consideração? Movimento financiado pelo PSTU e pelo Comlutas defende os interesses universitários ou partidários? Movimento que prega o diálogo mas que não aceita visões contrárias à própria é ou não facista?!
Estudantes????
Religiosos???
Burgueses???
Afinal, o que é o movimento estudantil araraquarense?!
Os alunos do Instituto de Economia da Unicamp saíram da greve a partir de 18 de junho de 2007. Favor informar na coluna à direita.
Grato
tadinhos dos estudantes, nao puderam entrar na faculdade, quebrar tudo, e principalmente, nao deixarao eles passarem o dia reunidos fumando unzinho e cantando “andança” no violão.
Salve os novos meninos do Brasil. Salve o Santo Guerreiro. Salve Macunaíma. Salve a rapaziada da USP, UNESP e todos que acreditam a terra é do Homem, não é de Deus nem do Diabo.
Jair Alves – dramaturgo
Olá,
Gostaria de esclarecimentos sobre a falta de informações sobre a assembléia geral de ontem. Aliás, aproveitando, gostaria também de esclarecimentos sobre a falta de divulgação dessa assembléia uma vez que ela foi decidida na noite de quarta e não foi anunciada nem aqui nem em nenhuma lista de e-mail.
Gostaria de saber qual foi o resultao da Assembléia de ontem. Acho inaceitável que, no momento em que toda a mídia anuncia que foi aprovada a desocupação da reitoria a Comissão de Comunicação silencie, e não haja, como aliás não costuma haver, uma fonte de informação vinda dos próprios estudantes. Como podem criticar a mídia quando ela (confiável ou não) é a única fonte de informação de que dispomos? Não pude ficar até o fim da Assembléia de ontem, pois não há ônibus noturno pra minha casa, isso me torna uma aluna menos digna de saber o que acontece na ocupação???
Galera, acabei de ler no site da folha online que a desocupação da reitoria foi votada em assembléia ontem a noite e que talvez desocupem o prédio hoje!! isso procede????????
sou da UNESP Araraquara e precisamos, mais do que nunca, do apoio de todos vocês!!!
Abaixo segue o link!!!
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u306343.shtml
qual o resultado da assembléia de ontem? desocupação; e como fica o movimento daqui pra frente? como vai se organizar?
Sou estudante da ESALQ/USP (Piracicaba) e manifesto minha indignação em relação ao uso da violência na UNESP de Araraquara! Voltamos à ditadura militar??? SOU TERMINANTEMENTE CONTRA ESSAS MEDIDAS DE VIOLÊNCIA E OPRESSÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
http://www.oteatromagico.mus.br/
Se possível, leiam o blog no dia 18/06.
Comentaram de uma forma muito legal sobre a ocupação…
Galera!
fecharam o campus da UNESP de Araraquara. Trancaram os portões! Ninguém sai, ninguém entra. Há alunos trancados lá dentro.
Professores e direção estão em “reuniões secretas”.
galera,
sou estudante, trampo na imprensa. recebemos aqui um “boato” de uma fonte da pm que a reintegração de posse vai acontecer hoje, quinta-feira, às 23 horas. não há confirmação. mas, entre os boatos, foi o mais confiável que tivemos desde o início do movimento.
estejam atentos.
Vocês já viram esta matéria que saiu na imprensa?!
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ENTREVISTA – RICARDO MUSSE
Atitude da reitora dá razão à ocupação, diz sociólogo
Ocupação na Reitoria da USP chegou a um impasse. Na última terça (19), a reitora Suely Vilela teria cancelado reunião com alunos para avaliar reivindicações. Para Ricardo Musse, “a atitude da reitora é hoje a principal causa da ocupação”.
Rafael Sampaio – Carta Maior
SÃO PAULO – A ocupação no prédio da Reitoria da USP chega a seu maior impasse, quase 50 dias após ter sido iniciada como um protesto contra os cinco decretos expedidos pelo governador José Serra (PSDB-SP), que feriam a autonomia da universidade.
Na tarde de terça-feira (19), a reitora Suely Vilela teria se recusado a receber uma comissão para avaliar as quatro pautas que garantiriam a saída dos acampados. Uma nota divulgada pela instituição na quarta (20) diz que a posição oficial é de que “não haverá negociação com os ocupantes sem a prévia desocupação do prédio”. O comunicado nega que tenha sido marcada qualquer reunião com os alunos.
Um dos estudantes, que não quis se identificar, explica que na terça-feira eles haviam sido recebidos pelo chefe de gabinete da Reitoria, Alberto Carlos Amadio, antes da suposta reunião agendada com Suely Vilela. Ele teria sinalizado positivamente com relação às quatro exigências dos estudantes. “O chefe de gabinete afirmou que não haverá punição e que as propostas anteriores serão mantidas”, afirmou o aluno, antes que soubesse da negativa da reitora em aceitar qualquer negociação.
O blog da ocupação traz uma carta com as pautas dos alunos, protocolada pelo próprio chefe de gabinete. Nas últimas entrevistas à imprensa, Suely Vilela assumiu um discurso duro, em que se nega a negociar e confirma as chances de haver punição aos estudantes e funcionários que participaram da ocupação.
Na onda de ocupações nas universidades, cerca de 120 estudantes que acampavam na diretoria do campus de Araraquara (Unesp) devem responder na Justiça por crime de invasão a prédios públicos e desobediência à ordem judicial. A pena é de até seis meses de prisão e multa. Os alunos foram desalojados pela Polícia Militar na madrugada de quarta (20), uma semana depois que ocorreu a ocupação.
O professor de sociologia da FFLCH-USP, Ricardo Musse, tem acompanhado o desenlace das negociações entre os estudantes da universidade e a Reitoria. Nesta entrevista concedida à Carta Maior, ele crê que a atitude da reitora Suely Vilela “é hoje a principal causa da ocupação”, porque “em vez de estabelecer uma comissão permanente de negociação e de delegar poderes, ela insiste em táticas inócuas”.
Abaixo, os principais trechos da entrevista com Ricardo Musse:
Carta Maior – O governo de fato atacou a autonomia universitária com a publicação dos cinco decretos?
Ricardo Musse – O argumento inicial do governo e dos reitores é que a interferência prevista nos decretos não havia sido acionada, um raciocínio que por si só admite a ameaça à autonomia. Os decretos configuravam uma intervenção nas universidades, atacando a margem de autonomia administrativa, financeira e acadêmica que havia sido conquistada durante o governo de [Orestes] Quércia e mantida desde então. A edição posterior de um decreto declaratório confirmou o que havia sido dito por estudantes, professores e juristas: os cinco decretos atacavam de fato a autonomia universitária.
CM – Mas o decreto declaratório lançado pelo governador José Serra resolve o impasse criado com os estudantes, que levou à ocupação da Reitoria?
Musse – O decreto declaratório revoga os pontos mais incisivos de interferência governamental. Deixa intocado, no entanto, o remanejamento das universidades, das Fatecs e da Fapesp [no que diz respeito às secretarias]. Uma medida que é da competência do governo, mas que foi feita sem consulta à comunidade universitária e de forma inconstitucional, sem aprovação da Assembléia Legislativa. A ausência de esclarecimentos e as idas e vindas de José Serra criaram um clima de incertezas, solidificando a convicção de que se trata de um governo hostil às premissas do ensino público.
CM – As razões dos protestos estudantis começam a se voltar mais para os problemas internos da universidade?
Musse – Retirado o “bode” da sala, os alunos perceberam outro vetor que ameaça a universidade tanto quanto os cinco decretos do governador José Serra: a atitude autocrática da camada dirigente da instituição. Os reitores das universidades estaduais e o estamento burocrático que os envolve não admitem a legitimidade das reivindicações e das ações dos estudantes, se contrapondo assim aos pressupostos da autonomia: a liberdade de manifestação e de participação democrática nas decisões da comunidade. Acrescente-se a postura [do corpo burocrático universitário] ao longo da crise, subserviente ao governador e também truculenta em relação aos estudantes.
CM – O que o senhor pensa da postura da reitora Suely Vilela diante da ocupação? Ela deveria voltar a negociar com os estudantes?
Musse – Há uma novidade na organização dos estudantes que a reitora e seu círculo parecem não ter se dado conta. Não se trata, como nas manifestações anteriores, de estudantes mobilizados por palavras de ordem ditadas por partidos políticos e deslegitimados pelo conjunto dos alunos. O movimento estudantil se reestruturou. A atitude autocrática da reitora é hoje a principal causa da ocupação. Em vez de estabelecer uma comissão permanente de negociação e de delegar poderes, ela insiste em duas táticas que tem se revelado inócuas: infundir medo com a ameaça de uso da Tropa de Choque [da Polícia Militar] e em mandar emissários para tentar convencer os estudantes a apoiar sua gestão.
CM – A negociação é a única saída ou o uso da força policial também é válido neste caso?
Musse – Aos que defendem o uso da força, eu coloco as seguintes questões: a entrada da tropa de choque no campus não representa o fim da autonomia universitária? A violência policial não está em contradição com os princípios que regem a vida universitária – o diálogo e a persuasão racionais? Como o movimento estudantil retornou com vigor, a polícia vai permanecer acampada nos campus? Os dirigentes da Universidade não dispõem de outros argumentos exceto o do uso da força? A manutenção do monopólio do poder burocrático exige o uso do monopólio estatal da violência? A questão estudantil, no século XXI, é um caso de polícia?
CM – O senhor acredita que a falta de democracia pode ter motivado os alunos a fazerem esta ocupação?
Musse – Sem dúvida. Só a falta de hábito democrático explica que a reitora Suely Vilela não tenha assumido as reivindicações dos estudantes em defesa da autonomia nem estabelecido imediatamente uma comissão permanente de negociação. São procedimentos corriqueiros nas universidades federais, cujos reitores são eleitos democraticamente.
CM – Falta democracia na USP?
Musse – A USP extinguiu o regime de cátedras em 1968, mas não teve tempo de reformular seus estatutos, pois logo em seguida veio o AI-5, que endureceu o regime militar. O êxito e a liderança intelectual de seus pares na luta contra a ditadura obscureceram essa necessidade, que agora se faz premente. A estrutura jurídica e administrativa da USP é excludente. Só um segmento da universidade – os professores titulares – pode exercer as funções e o mando que outrora cabia aos catedráticos. Mais grave ainda: apesar de seu pequeno número, eles são a maioria nos colégios eleitorais restritos que elegem desde os chefes dos departamentos até os diretores de unidade e o reitor.
CM – O Conselho Universitário tem 80% de professores titulares; é um sintoma de que falta democracia na USP? Qual sua opinião sobre o regime de meritocracia?
Musse – O mérito acadêmico assenta-se no reconhecimento da comunidade científica e da sociedade em geral. Não se confunde com a posição do docente na carreira. Nem sempre os titulares e os que exercem cargos de mando são os pesquisadores mais destacados. A melhor maneira de selecionar quadros com capacidade política e administrativa, na Universidade e fora dela, é a prática da democracia. Sem isso, o poder se torna apanágio da burocracia e tende a ser exercido autocraticamente.
CM – É viável a proposta de mudar o estatuto universitário, dar paridade nos Conselhos e Congregações e fazer eleições diretas para reitor? O governo aceitaria?
Musse – Penso que essa reforma estatutária é a única forma que temos para resolver a crise de legitimidade da representação na Universidade. É necessário, com urgência, ampliar em todas as instâncias a representação de estudantes, funcionários e professores que não são titulares. Essa ampliação, no entanto, só terá eficácia se os processos de escolha forem universalizados, concedendo o direito de voto a todos os participantes da comunidade universitária. Não creio que o governador seria contra essas mudanças. Elas reforçariam a transparência que a sociedade exige de seus órgãos públicos. O foco da resistência, como se pode avaliar na enxurrada de artigos publicados na mídia conservadora, concentra-se na parcela dos professores titulares que se comporta como se fosse parte de um estamento burocrático, que não admite compartilhar o poder.
Leia a carta dos estudantes, protocolada pela Reitoria
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