Sobre a Assembléia de Estudantes da USP do dia 01/06

Assembléia  Geral dos Estudantes da USP deliberou pela manutenção da greve e da  Ocupação da Reitoria.  estimativa de 1000 estudantes presentes  Reitora afirmou de manhã por telefone e confirmou na reunião do  Cruesp e Fórum das Seis: Reunião com os ocupantes nesta  segunda-feira, em horário a confirmar pela reitora. 
Deliberações: Manutenção da greve. Mantidos eixos – contra decretos do governador  José Serra, mais verbas para educação, estatuinte já.
Manutenção da Ocupação da Reitoria da USP.
A assembléia geral dos estudantes da USP faz um chamado à todos os  estudantes do país pela realização de uma Plenária Nacional dos  Estudantes em defesa da Educação, a se realizar na Ocupação. O  chamado será feito a partir de uma carta, a ser enviada aos Centros  Acadêmicos, DCEs, FEMEX (Federação de Executivas de Curso) e Frente  de Luta Contra a Reforma Universitária.
Próxima Assembléia Geral dos Estudantes da USP marcada para  Terça-feira, 5 de junho, às 18 horas.
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3 Responses to Sobre a Assembléia de Estudantes da USP do dia 01/06

  1. Priscila says:

    A quem queira ler algumas opiniões sobre a discussão de autogestão e da assembléia, ocorridas na sexta:
    Estive na assembléia e no grupo de discussão sobre autogestão e pude perceber algumas coisas que, creio, devam ser discutidas mais amplamente:
    1. Na discussão de autogestão um dos tópicos que foi discutido foi o conceito de assembléia e o formato da assembléia. E o fato é que houve uma deturpação do conceito e a manipulação de certos pontos de vista. Ouvi afirmações como: “assembléia não serve pra nada, porque é muito longa, cansativa e ninguém presta atenção no que está sendo dito” e “eu me sinto bem aqui”, “eu não quero assembléia”, “eu acho que tudo deve mudar”…
    Observações quanto à primeira afirmação: como é que alguém, individualmente, pode falar por todos na assembléia, afirmando que ninguém presta atenção no que está sendo dito? É uma generalização absurda e nem um pouco representativa, se a pessoa que afirmou isso não presta atenção no que é dito na assembléia, ela que reveja as próprias atitudes e se responsabilize por isso.
    Observação quanto às outras afirmações: uma sucessão de afirmações individuais que não representam a opinião coletiva e que fizeram com que a discussão parecesse um sessão de terapia em grupo.
    2. Houve a tentativa de desorganização da assembléia dos alunos, que não obteve sucesso completo, no entanto, algumas pessoas, durante a assembléia se pronunciaram dizendo que o formato da assembléia deveria ser alterado, retirando ou colocando no final os informes e abrindo um espaço de aprofundamento das discussões.
    Observações sobre isso: assembléias são organizadas não só com a intenção de aprofundar discussões, mas, especialmente de decidir o que vem sendo discutido. O aprofundamento das questões pode ser algo feito durante as plenárias de cursos e as discussões paralelas sobre temas específicos como “autogestão”, mas essas discussão não são mais importantes do que a decisão coletiva e democrática que ocorre nas assembléias. É preciso que se esclareça a algumas pessoas onde e quando o aprofundamento das discussões deve ser feito e onde e quando é momento de pôr em prática (através da votação) o que se tem deliberado e estudado.
    Uma observação geral sobre a assembléia: ficou muito claro, ontem, na assembléia, que muitos alunos não entenderam que o “decreto declatratório” é uma manobra do governo e que ele não resolve nem em parte o problema da universidade, seria, no mínimo, necessário ter mais cautela ao afirmar que esse decreto é um avanço do movimento, para que o movimento não se desorganize nem seja manipulado pela mídia e pela opinião de algumas pessoas que querem desmoralizar as ações e decisões dos estudantes em geral.
    O movimento não está sendo feito apenas por quem está ocupando a reitoria, mas também por quem vai às assembléias, por quem vai às atividades de greve, por quem discute com as pessoas nas ruas, no trabalho, em casa o que é e qual é a importância dessa greve. Por motivos como esses, é imprescindível que as assembléias ocorram em locais abertos e com a presença não só dos que estão na reitoria, mas de todos os que se interessam pela educação e querem ter suas opiniões representadas pelo voto, pois, contrariamente ao que se afirmou, ontem , na discussão sobre autogestão, votar é, sim, uma formar de exercer a opinião sobre o assunto e de se representar nas decisões coletivas.
    Priscila
    Pós-graduação – Letras

  2. Tom zé says:

    Q horas será a assembléia terça?

  3. Alex says:

    Reivindicações inaceitáveis!

    Como ex-aluno dos cursos de Filosofia e de Direito da USP, gostaria que todos refletissem sobre as motivações inaceitáveis que estão por trás dessa invasão da Reitoria. Um grupo de alunos decididos a manter privilégios daqueles que usam a Universidade pública como um meio de vida em si mesmo, e não como um instrumento para se tornarem cidadãos produtivos da sociedade. É sabido que centenas de ex-alunos (ou pior! pessoas que nunca foram alunos, como membros do MST!) ocupam indevidamente moradias no Crusp, assim como é sabido que milhares de alunos improdutivos matriculam-se com o único objetivo de desfrutar dos benefícios que a Universidade oferece (bandejão subsidiado, clube, hospital etc.), tornando-se “alunos vitalícios” da instituição. Por outro lado, se nos afigura injustificável o repúdio ao ivestimento privado e a recusa ao critério estritamente meritocrático para o ingresso na USP: as universidades americanas, as melhores do mundo sem dúvida alguma (basta observar os indicadores de produção científica) sobrevivem através de uma forte parceria com a iniciativa privada. A Universidade deve ser um meio de se gerar conhecimento e tecnologia, retornando assim à sociedade o financiamento que esta lhe propicia! Não pode ser um instrumento para privilégios, nem baluarte de defesa de ideais derrotados pela história!

    Certamente o princípio constitucional da autonomia universitária existe, e talvez os decretos do Serra sejam mesmo questionáveis sob este aspecto. Agora, o que não é admissível é que um grupo de alunos e funcinários tome este fato como pretexto para defender propostas inaceitáveis e irrazoáveis tais como:

    a-)Arquivamento do processo de modificação das regras para cancelamento de matrícula (com o objetivo de proteger os alunos que nada produzem academicamente e apenas utilizam a universidade como meio de vida)

    b-)Formulação de projeto a longo prazo para a moradia. Construção imediata de 600 vagas (é sabido que muitas das vagas no Crusp são ocupadas por ex-alunos ou pessoas estranhas à universidade, como membros do MST e outros movimentos sociais)

    c-)Nenhuma punição em relação à ocupação da Reitoria (a ocupação em si mesma é um ato de força ilegal, tanto assim que existe ordem judicial para a desocupação. Por outro lado, já há evidências de danos ao patrimônio público, violação de documentos sigilosos e outros ilíctos cometidos pelos ocupantes, que deverão responder pelos atos praticados nas esferas penal, administrativa e cível. Se a Reitora ssim não proceder, estará prevaricando e incidindo ela própria em ilicitude: no Estado de Direito as regras devem valer para todos!)

    d-) Autonomia dos espaços geridos e ocupados pelos estudantes (não se pode pretender criar uma “zona franca” na universidade, onde as regras de Direito não sejam aplicáveis; na realidade , por trás desta reivindicação evidencia-se a intenção de praticar impunemente os mais variados ilícitos, como o tráfico de entorpecentes)

    e-) retrirada de todos os processos de sindicância administrativos e judiciais movidos ou em andamento contra estudantes e funcinários (objetivo eminentemente corporativo: porque estas pessoas devem ter o privilégio de não responder por atos que tenham praticado? Qual a justificativa para esta defesa da impunidade?)

    f-)Lutas por ações afirmativas – mudança radical na concepção de Inclusp para garantir o acesso real de negros e pobres à universidade (a inclusão social é uma meta a ser perseguida, mas o critério de ingresso em uma universidade deve ser sempre meritocrático, sob pena de perder-se a condição de centro de excelência produtor de conhecimento, com prejuízos no longo prazo para toda a sociedade, inclusive os “excluídos” que se quer beneficiar)

    g-) Retirada da polícia doninterior do Campus (a presença da PM é garantia de respeito à segurança das pessoas, integridade do patrimônio público e respeito à lei)

    h-) Reabertura do campus para todos 24 horas por dia (quando o Campus era aberto, a deterioração do espaço público da universidade acentuou-se, assim como a prática de ilícitos em seu interior)

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