MOÇÃO DE APOIO DOS ALUNOS DA UFSCAR

Moção de apoio aos alunos da USP – São Paulo  

A Assembléia de Estudantes da Universidade Federal de São Carlos vem, através deste documento, manifestar seu apoio aos alunos da USP – São Paulo por sua luta contra os decretos Serra e à pauta de reivindicações apresentada pelos alunos em seu blog,“Ocupação da USP”, na internet.

Nos solidarizamos com os estudantes que estão ocupando neste momento a Reitoria da USP e todos aqueles que estiveram presentes ao Ato no Palácio dos Bandeirantes no dia 31/05.      

Os decretos de José Serra, assim como o projeto de Reforma Universitaria PL-7200/06 (em tramitação no Congresso Nacional) são, em sua totalidade, tentativas de sucatear as Universidades Públicas através de medidas que, além de diminuir sua autonomia e sua qualidade de ensino, não atendem às reivindicações históricas e atuais do movimento estudantil.Não podemos permitir que nosso ensino superior público seja destruído por absurdas medidas assinadas às nossas costas.

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9 Responses to MOÇÃO DE APOIO DOS ALUNOS DA UFSCAR

  1. Alex says:

    Reivindicações inaceitáveis!

    Como ex-aluno dos cursos de Filosofia e de Direito da USP, gostaria que todos refletissem sobre as motivações inaceitáveis que estão por trás dessa invasão da Reitoria. Um grupo de alunos decididos a manter privilégios daqueles que usam a Universidade pública como um meio de vida em si mesmo, e não como um instrumento para se tornarem cidadãos produtivos da sociedade. É sabido que centenas de ex-alunos (ou pior! pessoas que nunca foram alunos, como membros do MST!) ocupam indevidamente moradias no Crusp, assim como é sabido que milhares de alunos improdutivos matriculam-se com o único objetivo de desfrutar dos benefícios que a Universidade oferece (bandejão subsidiado, clube, hospital etc.), tornando-se “alunos vitalícios” da instituição. Por outro lado, se nos afigura injustificável o repúdio ao ivestimento privado e a recusa ao critério estritamente meritocrático para o ingresso na USP: as universidades americanas, as melhores do mundo sem dúvida alguma (basta observar os indicadores de produção científica) sobrevivem através de uma forte parceria com a iniciativa privada. A Universidade deve ser um meio de se gerar conhecimento e tecnologia, retornando assim à sociedade o financiamento que esta lhe propicia! Não pode ser um instrumento para privilégios, nem baluarte de defesa de ideais derrotados pela história!(não estamos mais em maio de 68, que aliás acabou com a universidade francesa)

    Certamente o princípio constitucional da autonomia universitária existe, e talvez os decretos do Serra sejam mesmo questionáveis sob este aspecto. Agora, o que não é admissível é que um grupo de alunos e funcinários tome este fato como pretexto para defender propostas inaceitáveis e irrazoáveis tais como:

    a-)Arquivamento do processo de modificação das regras para cancelamento de matrícula (com o objetivo de proteger os alunos que nada produzem academicamente e apenas utilizam a universidade como meio de vida)

    b-)Formulação de projeto a longo prazo para a moradia. Construção imediata de 600 vagas (é sabido que muitas das vagas no Crusp são ocupadas por ex-alunos ou pessoas estranhas à universidade, como membros do MST e outros movimentos sociais)

    c-)Nenhuma punição em relação à ocupação da Reitoria (a ocupação em si mesma é um ato de força ilegal, tanto assim que existe ordem judicial para a desocupação. Por outro lado, já há evidências de danos ao patrimônio público, violação de documentos sigilosos e outros ilíctos cometidos pelos ocupantes, que deverão responder pelos atos praticados nas esferas penal, administrativa e cível. Se a Reitora ssim não proceder, estará prevaricando e incidindo ela própria em ilicitude: no Estado de Direito as regras devem valer para todos!)

    d-) Autonomia dos espaços geridos e ocupados pelos estudantes (não se pode pretender criar uma “zona franca” na universidade, onde as regras de Direito não sejam aplicáveis; na realidade , por trás desta reivindicação evidencia-se a intenção de praticar impunemente os mais variados ilícitos, como o tráfico de entorpecentes)

    e-) retrirada de todos os processos de sindicância administrativos e judiciais movidos ou em andamento contra estudantes e funcinários (objetivo eminentemente corporativo: porque estas pessoas devem ter o privilégio de não responder por atos que tenham praticado? Qual a justificativa para esta defesa da impunidade?)

    f-)Lutas por ações afirmativas – mudança radical na concepção de Inclusp para garantir o acesso real de negros e pobres à universidade (a inclusão social é uma meta a ser perseguida, mas o critério de ingresso em uma universidade deve ser sempre meritocrático, sob pena de perder-se a condição de centro de excelência produtor de conhecimento, com prejuízos no longo prazo para toda a sociedade, inclusive os “excluídos” que se quer beneficiar)

    g-) Retirada da polícia doninterior do Campus (a presença da PM é garantia de respeito à segurança das pessoas, integridade do patrimônio público e respeito à lei)

    h-) Reabertura do campus para todos 24 horas por dia (quando o Campus era aberto, a deterioração do espaço público da universidade acentuou-se, assim como a prática de ilícitos em seu interior)

  2. Joana Joana says:

    Pois seja sem-vergonha e vá logo embora, seu desertor!

  3. Robson Solidariedade Integral says:

    Meu caro, no seu lugar eu teria vergonha de ter nascido.

  4. Robson says:

    MOMENAGEM DO TOM ZÉ AO GIANOTTI, SÉRGIO ADORNO, GABRIEL COHN E QUE TAIS…

    Sabor de Burrice
    Tom Zé

    Composição: (Tom Zé)

    Veja que beleza
    Em diversas cores
    Veja que beleza
    Em vários sabores
    A burrice está na mesa
    Ensinada nas escolas
    Universidade e principalmente
    Nas academias de louros e letras
    Ela está presente
    E já foi com muita honra
    Doutorada honoris causa
    Não tem preconceito ou ideologia
    Anda na esquerda, anda na direita
    Não tem hora, não escolhe causa
    E nada rejeita

    Veja que beleza
    Em diversas cores
    Veja que beleza
    Em vários sabores
    A burrice está na mesa

    Refinada, poliglota
    Ela é transmitida por jornais e rádios
    Mas a consagração
    Chegou com o advento da televisão
    É amigo da beleza
    Gente feia não tem direito
    Conferindo rimas com fiel constância
    Tu trazes em guarda
    Toda concordância gramaticadora
    Da língua portuguesa
    Eterna defensora

  5. jura says:

    Nós, alunos de pós-graduação do Ipusp, abaixo assinados, reconhecemos a valorosa contribuição do então movimento de ocupação da Reitoria da USP para despertar e promover a reflexão e a ação da comunidade universitária e de vários outros setores da sociedade em prol da defesa da autonomia universitária administrativa, didático-acadêmica e de gestão financeira e patrimonial do Ensino Superior público paulista, alicerçada no Artigo 207 da Constituição Federal, contra o seu iminente constrangimento proporcionado pelos recentes Decretos 51.460, 51.461 e 51.471/2007, do Governo do Estado de São Paulo, que dispõem sobre a criação da Secretaria de Ensino Superior, a sua organização e a admissão e contratação de pessoal, respectivamente. Consideramos inoportuno e inadequado o recurso a forças policiais para solucionar o impasse das negociações entre o movimento de ocupação e a Reitoria. Observamos que o movimento de resistência aos Decretos, a partir de agora, sem prejuízo de sua efetividade, pode direcionar-se para a reocupação simbólica, criativa e, sobretudo, dialógica do cotidiano acadêmico e social, em defesa do incipiente projeto de desenvolvimento democrático do Ensino Superior público, gratuito, de qualidade e autônomo.

    Subscrevem, em 30 de maio de 2007:
    Adriana Salvitti
    Daniela Silveira Rozados da Silva
    Domenico Ung Hur
    Emi Koide
    Joari Aparecido Soares de Carvalho
    Mariana Peres Stucchi
    Tatiana Benevides Magalhães Braga
    Vânia Aparecida Calado

    (Ver detalhes do Blog da Pós-graduação do Instituto de Psicologia da USP: posipusp.blogspot.com)

  6. ze alipio says:

    Vergonha??? Agora só falta falar da imagem do brasil lá fora, do risco brasil q vai subir, da instabilidade q vai afetar o deus mercado…faz o seguinte roberto, ja q seu segundo nome é quick(?) muda o primeiro pra robert e finge q não entende portugues”what, brazil?..no señor, no comprendo, cabellos bermellos? no ha visto picapau aca…”

  7. Roberto says:

    Vergonha!!!

  8. Roberto Quick says:

    é uma vergonha o que estes estudantes estão fazendo. Sinceramente, o direito de protesto é democrático, mas o direito de ir e vir do cidadão também. Acho que quem esta em uma universidade, já devia saber que negociar não é fazer estas bárbaries.
    Tenho vergonha de ser brasileiro nestas horas.

  9. Fábio says:

    MICROMEGAS E O GOVERNADOR (novela à moda de Voltaire)

    Após ficar assombrado com o fato de que homens “…infinitamente pequenos tivessem um orgulho quase infinitamente grande…” Micromegas retornou ao seu planeta Natal. Infelizmente sua nau com velas adaptadas aos ventos do céu apresentou alguns defeitos. Por esta razão, Micromegas vagou no éter alguns séculos e acabou retornando à Terra para fazer alguns reparos. Oportunidade em que aproveitou para conhecer o Novo Mundo, onde ficou sabendo poderia coletar o flogisto indispensável ao conserto.

    Ficou Micromegas assombrado que um país tão grande se imaginasse tão pequeno, a ponto de depositar todas suas esperanças culturais no desempenho de uma seleção de futebol. Ainda mais sendo o futebol um esporte inglês.

    As desventuras dos gentios nativos produziram em Micromegas uma imensa piedade. Mesmo não sabendo que a maioria dos seres humanos só derramava lágrimas de crocodilo, Micromegas chorou para demonstrar sua vívida consternação. Quando ficou sabendo que os índios foram escravizados, mortos e tiveram suas terras roubadas pelos cristianíssimos lusitanos, o estrangeiro concluiu que os invasores não tinham religião ou que a religião deles era malévola. Qual não foi sua surpresa ao descobrir que Cristo era pacífico e pregava o amor enquanto seus seguidores praticaram e ainda praticam brutalidades em nome dele.

    Confuso, Micromegas vagou pela região sul do Novo Mundo, onde ficou sabendo que havia uma universidade chamada USP. Resolveu conhecer a casa das ciências daquele povo que se dizia paulistano, muito embora a cidade tenha se chamado São Paulo de Piratininga, razão pela qual os nativos deveriam se chamar “piratininganos”. Infelizmente naquela universidade ciências não havia.

    A universidade chamada USP estava em situação caótica. Os alunos estavam em greve, os professores e funcionários também. Ficou Micromegas muito espantado com aquela novidade. No seu planeta os centros de ciência sempre estavam em atividade: os professores ensinavam, os alunos aprendiam e os administradores faziam o que era necessário para que não existissem conflitos e, principalmente, para que os conflitos surgidos fossem resolvidos rapidamente já que a ciência não pode parar. Certo de que poderia ajudar o estrangeiro resolveu interferir.

    Micromegas procurou a Reitora e ela disse que não o atenderia porque ele não havia agendado um encontro. Procurou o Secretário das Universidades, mas ele estava mais preocupado em aparecer na TV para defender o governador do que em resolver os problemas da universidade chamada USP. Procurou o governador e foi barrado pela polícia.

    Decepcionado, Micromegas procurou os estudantes e professores da universidade chamada USP, mas eles o receberam com alguma desconfiança. Afinal, ele poderia ser um agente civil da polícia militar cristã do governador de Piratininga. Após vencer a resistência emocional de seus anfitriões, Micromegas obteve a devida atenção e lamentou o que estava a ocorrer. Disse aos estudantes que tentara em vão falar com a Reitora, com o Secretário e com o governador. Eles informaram que também não haviam sido recebidos.

    E foi assim que Micromegas descobriu que o problema da universidade chamada USP não era culpa dos estudantes e dos professores. Os primeiros queriam estudar, os segundos queriam ensinar, mas os administradores “piratininganos” só criavam novos problemas e eram incapazes de resolver os que já existiam.

    O medo estava estampado na cara de alguns dos interlocutores de Micromegas. Ele quis saber o que eles temiam. Seus pacíficos e civilizados anfitriões disseram que temiam muito uma ofensiva dos policiais militares, porque a imprensa estava mais interessada em salvar a imagem dos administradores do que em investigar os problemas da universidade chamada USP. Micromegas despediu-se certo de que a imprensa era uma nova espécie de arma de destruição em massa.

    Após coletar o flogisto que precisava, Micromegas retornou a sua nau e consertou-a. Após despedir-se do Novo Mundo, abriu as velas e navegou os mares do céu até sua casa. Não sem antes mandar ao governador de Piratininga o seguinte recado:

    “Apesar de infinitamente pequeno, o senhor também tem um orgulho quase infinitamente grande.”

    Fábio de Oliveira Ribeiro

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