Manifesto de apoio do PAR (estudantes de Direito da UFPR) aos estudantes da
USP
“No perfil, por onde for, eu levarei muitos.
Eu: um elo da corrente
que me une a outros tantos, de mãos dadas (…)”
Leonardo Augusto Bora
(estudante de Direito na UFPR e integrante do Partido Acadêmico
Renovador)
Um estudante deve levar no perfil não apenas a sua mochila carregada de
livros e cadernos, mas a consciência da importância de seu papel enquanto
agente transformador da realidade. Não deve ser apenas alguém que se
preocupa com a própria formação, mas também com a educação de uma forma
geral, com algo que ultrapasse as paredes da sala-de-aula; um alguém que
questiona, que contesta, que toma partido, que defende as suas causas por
ter ciência da importância delas para com toda a coletividade. Um estudante,
portanto, não deve fazer dos livros apenas objetos de consulta, mas, se
preciso for, trincheiras. Guerreiro: eis uma definição para o perfil do
estudante da USP que não se deixou intimar frente às imposições daqueles que
tentam confinar o ensino universitário na prisão do tão somente
mercadológico.
Nós, estudantes de Direito da Universidade Federal do Paraná e membros do
Partido Acadêmico Renovador (PAR), acreditamos levar no perfil os mesmos
ideais que impulsionam vocês, estudantes da USP, a lutar pelo ideal de uma
universidade efetivamente pública, gratuita e de qualidade. Para que este
ideal seja alcançado a autonomia se mostra imprescindível: é impensável a
idéia de que a universidade pública possa ficar à mercê dos humores do
mercado e das políticas governamentais, as quais nem sempre correspondem aos
anseios dos estudantes. Assim, fazem-se legítimas as reivindicações
apresentadas por vocês, cabendo a nós demonstrar uma postura solidária aos
seus ideais.
Somos elos distintos de uma mesma corrente; corrente esta que une todos
os estudantes que compartilham da idéia de que educação envolve engajamento
social, união e compromisso com a mudança. Novos horizontes são possíveis;
pensar uma universidade pública com mais qualidade, autonomia e inserção na
sociedade é tarefa que se faz urgente. Lutemos, pois, de mãos dadas. Não nos
afastemos, como aconselhou Drummond: “Não nos afastemos muito, vamos de mãos
dadas.”