Comunicado a Sociedade

São Paulo, 21 de maio de 2007 Os estudantes da USP que ocupam a reitoria desde o dia 03/05, reunidos em plenária, decidiram vir a público prestar esclarecimentos com relação às informações veiculadas na imprensa sobre o movimento, assim como nossas resoluções sobre as reuniões propostas pela reitoria e a Polícia Militar. Nosso movimento defende a educação pública contra os ataques do governador José Serra e a conivência das reitorias das Universidades Estaduais paulistas. É por isso que somos contra os decretos assinados pelo governador no início deste ano, que ferem não somente a autonomia de gestão financeira, mas principalmente comprometem o caráter reflexivo e crítico que deve caracterizar ensino, pesquisa e extensão, na medida em que privilegiam as "pesquisas operacionais" – aquelas que favorecem o lucro privado em detrimento dos interesses da maioria da população. Exemplo claro disto é a alocação da FAPESP na Secretaria de Desenvolvimento, separada das Universidades. Reiteramos que estes decretos vieram agravar o processo de sucateamento da educação pública, já manifestado nos vetos ao aumento de verbas para as Universidades. Ocupamos a reitoria em protesto contra seu silêncio e omissão, para sermos escutados e abrirmos o debate com a sociedade. Fomos acusados de "vândalos" e "violentos" por termos danificado uma porta. Violentos não seriam os governos que impedem a maioria da população de ter acesso à Universidade Pública, que é elitista e racista por responsabilidade dos mesmos que hoje nos criminalizam? Violentos não seriam os que têm punido juridicamente manifestações políticas, como esta ocupação? Violentos não seriam os que destroem a educação pública e reprimem os que querem defendê-la? Violenta não seria a polícia que reprime, dia a dia, a população pobre, negra, os trabalhadores e os movimentos sociais? Frente a toda essa violência, uma porta não é nada. José Serra nos chamou de "mentirosos e desinformados" e declarou que a autonomia não foi ferida. É um ataque lamentável, como os que ele mesmo desfere contra o ensino público e que devem ser repudiados pela população. A respeito da gestão das verbas da Universidade, Pinotti em entrevista à Folha de S. Paulo declarou: "Suponha que haja um remanejamento maluco. Cabe ao governador dizer não." Isso fere claramente a autonomia, pois deixa a critério do governo o que é "maluco". E sabemos que "maluco" para eles é investir na Universidade Pública, gratuita e de qualidade. É falsa a afirmação de que somos contra a transparência das contas da Universidade. Defendemos a publicização de toda a movimentação financeira interna da Universidade, o que também deve incluir as contas das fundações de direito privado, que usurpam o dinheiro e a estrutura da Universidade Pública para beneficiar um punhado de grandes empresas privadas e a burocracia acadêmica. Porém, a mera prestação de contas é insuficiente. A USP já disponibiliza os dados de seus gastos para a toda a população na internet. O Siafem (Sistema Estadual de Controle e Registro de Gastos), ao contrário, não é aberto ao público (é necessária uma senha para acessá-lo, disponível apenas para o Judiciário e o Legislativo). O argumento da transparência é falso, trata-se de uma centralização das decisões e informações. O mesmo governo que se declara a favor da transparência não publicou a previsão e a arrecadação do ICMS dos meses de março e abril, argumento dado para a não definição do reajuste salarial dos servidores. E mais, queremos que o destino das verbas seja definido não somente por uma minoria de professores, como é hoje, mas democraticamente, pela comunidade universitária em diálogo com a população, para que não esteja de acordo somente com os interesses de uma minoria. Combatemos a concepção que trata como "privilégios" direitos sociais inalienáveis, como educação, saúde e previdência. O resultado deste processo é que direitos sociais que deveriam ser garantidos para todos são transformados em mercadoria que só alguns podem adquirir. É por isso que dizemos à população que o discurso do governo "contra o elitismo da Universidade" é oportunista. Não somos nem "privilegiados" nem "corporativistas". Defendemos a universidade dos ataques que vem sofrendo e lutamos para transformá-la, para que seja de fato pública, tanto em seu acesso e permanência à população que mais necessita, quanto no caráter do conhecimento nela produzido. É por isso que chamamos a sociedade para lutarmos juntos pela real democratização das Universidades Públicas. Estão agendadas duas reuniões para hoje (21/05/2007): uma com a reitoria e outra chamada pelo Comandante da Tropa de Choque da Polícia Militar. Frente a isso, declaramos que: 1 – Apoiados por professores, pela Assembléia de estudantes e de funcionários da USP, dentre outros segmentos da sociedade civil, diversas Universidades e movimentos sociais reiteramos nosso repúdio a qualquer punição, seja ela de caráter administrativo ou judicial, contra qualquer integrante do movimento de ocupação da reitoria da USP, sobre o qual recaia qualquer implicação processual em razão deste movimento político. 2 – Com relação à reunião com a PM: o que está sendo proposto não se trata de uma negociação. A única negociação possível é com a reitoria. Defendemos a autonomia da Universidade e negociar com a PM seria um ataque a esta autonomia que estamos defendendo. Por isso, não participaremos da reunião e mandaremos apenas representantes jurídicos para entregar oficialmente este comunicado e defender nosso movimento e nossas reivindicações. É importante lembrar que reintegrações de posse com uso de força policial não ocorrem na USP desde os obscuros anos da ditadura militar, quando centenas de pessoas foram presas e torturadas por lutar pela democracia na Universidade e no país. Não vamos compactuar com uma intervenção que reinstitui práticas ditatoriais e, se houver uso da força policial, resistiremos. 3 – Com relação à negociação com a reitoria e nossa pauta: sempre estivemos abertos à negociação, por isso aceitamos a reunião proposta para hoje, às 8h30. Esperamos que a reitoria avance no atendimento às nossas reivindicações, que não são somente moradia e autonomia como a imprensa tem veiculado. Temos uma pauta com 17 pontos, que segue em anexo. Esperamos que a reitoria avance com relação à proposta do dia 08/05, já rejeitada em Assembléia Geral do Estudantes da USP, que contou com mais de 2000 estudantes. Como nossas decisões são feitas democraticamente em fóruns de participação direta, a avaliação do resultado desta reunião será feita na próxima Assembléia Geral dos Estudantes da USP, a se realizar no dia 22 de maio, às 18h, em frente à reitoria. 4 – Chamamos toda a população a participar das nossas atividades, pois nossa luta é em defesa da educação pública. Haverá um ato público no dia de hoje, às 14h, em frente à reitoria, contra a repressão policial e em defesa da educação pública, para o qual chamamos todos os trabalhadores, estudantes, intelectuais, parlamentares, sindicatos, organizações políticas e movimentos sociais, para defendermos a legitimidade da nossa luta. Será realizada no dia 22/05 a Assembléia Geral dos Estudantes da USP. E no dia 23/05, quando nossa greve se fortalecerá com a entrada de outros setores das universidades, nos somaremos ao Dia Nacional de Lutas em defesa dos direitos sociais, com um ato no MASP (Av. Paulista), às 14h. Contamos com o apoio dos que se o opõem à repressão e defendem uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos.

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A POLÍCIA DE SERRA E AS IRONIAS DA HISTÓRIA

 

Recebemos esse texto que foi extraído de um outro blog, onde o professor Ricardo Musse coloca seu ponto de vista sobre a atitude do Governo atual e a autonomia universitária.

(blog fonte: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/ )

RICARDO MUSSE: A POLÍCIA DE SERRA E AS IRONIAS DA HISTÓRIA

Professor do departamento de sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Ricardo Musse fez para este blog uma análise sobre o embate em curso entre o governo de São Paulo e os estudantes, funcionários e professores da USP. Vale a pena ler o artigo na íntegra, a seguir:

"No momento em que se intensificam os indicadores positivos na economia, quando, no jargão do mercado, se comprova "a solidez dos fundamentos econômicos" do país, a oposição passa por uma crise sem precedentes. Encurralada pela estratégia de Lula no córner de "oposição conservadora e golpista" (no jargão popularizado por Paulo Henrique Amorim), o PSDB patina e "bate cabeça". A crise da USP é um bom observatório dessa situação. O governador Serra iniciou seu mandato com uma série de decretos que colocam "sob judice" a "autonomia" das universidades estaduais paulistas. Não custa lembrar que, ao tomar posse na presidência, o torneiro-mecânico Lula da Silva anunciou, no primeiro mandato, sua prioridade no combate à fome e, no segundo, a ênfase no crescimento econômico. O espanto foi geral. Como se sabe, mas não se costuma dizer, a "autonomia" das três universidades nunca foi além de um "sim senhor!" dos reitores ao governador de plantão, o que se comprova pelas idas e vindas, ditos e desditos deles depois da ocupação da reitoria da USP. Para se ter uma idéia de como essa autonomia é ilusória, basta observar que eles nunca reclamaram publicamente do fato de que, embora a contribuição para a previdência estadual seja descontada dos salários de cada professor, é a universidade que paga as aposentadorias. Uma vez que nunca houve autonomia política, a percepção geral foi de que Serra mirava a autonomia administrativa, acadêmica e financeira. Como os reitores, subservientes como sempre, não se posicionam satisfatoriamente; como as associações dos docentes estão ofuscadas por uma pauta "equivocada", que não vai além do mantra "mais verbas para a educação", os alunos resolveram agir em defesa de sua universidade. Tudo não teria passado de mais um ato isolado do movimento estudantil se a reitora, obediente a ordens superiores, não tivesse obtido um mandato de reintegração de posse e ameaçado chamar a tropa de choque. O apoio à ocupação espalhou-se como ondas entre estudantes, professores, na sociedade e, pasme-se, até mesmo na imprensa. O governador José Serra, o mais credenciado candidato à sucessão de Lula, cai novamente na armadilha e aceita ser colocado como herdeiro das forças políticas que prepararam e apoiaram o golpe militar de 1964. Tudo isso enquanto Lula procura vincular seu nome à linhagem de Getúlio e JK. Mas o mais engraçado dessa situação é o contraste da pauta de notícias e manchetes dos jornais: no mesmo instante em que Lula usa sua polícia para prender empreiteiros e políticos corruptos, a polícia de Serra entra em prontidão para atacar os estudantes da USP – aqueles que conseguiram, por mérito, vencer a disputa do vestibular mais concorrido do país. Visto de longe, fica a sensação de que José Serra já escolheu seu candidato à presidência em 2010. Trata-se de um jovem político mineiro chamado Aécio Neves. "

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chamada para o Ato

Caros funcionários(as) e professores(as), Os(as) estudantes que ocupam a Reitoria convidam todos a participar do Ato em Defesa da Universidade Pública e contra a intervenção da Polícia Militar na Universidade Pública. Sobre a iminência da ação da tropa de choque para cumprir, de forma violenta, a reintegração de posse do prédio da Reitoria – ocupado pelos alunos desde o dia 3 de maio – é preciso que todos aqueles que se colocam contra essa brutal intervenção se posicionem publicamente por meio desse ato, reforçando o repúdio aos ataques à autonomia universitária. O ato será nesta segunda-feira (dia 21/05) às 14h na frente do prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo Gratos, estudantes

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ocupações universitárias na História

O movimento estudantil e as ocupações Henrique Carneiro* Ruy Braga** Alvaro Bianchi*** A ocupação da reitoria da USP, da Unesp-Marília e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp pelos estudantes dessas universidades tem sido objeto de muita discussão. Em 1968, durante a ditadura militar, outra ocupação de prédios da USP pelos estudantes, o da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na rua Maria Antonia, dividiu as opiniões e as atitudes, definindo quase geograficamente o mapa do espectro político paulista: quem estava no lado da rua do Mackenzie e quem estava no lado da USP. Muitos dos que hoje são professores estiveram naquele momento ocupando a sua faculdade. Mas não são poucos os que se emocionam ao falar da Maria Antonia e hoje são contrários às novas ocupações. A ocupação nas reitorias e universidades é um ato simbólico por meio do qual tem lugar a reapropriação pelo público daqueles espaços que teoricamente são ou deveriam ser públicos. Como tal, a ocupação é uma ressignificação do território na qual a sede da autoridade universitária, da tradição acadêmica e da burocracia universitária passa a ser a sede de sua contestação, transgressão e questionamento. O espaço da imobilidade passa assim a ser o espaço do movimento. A ocupação é, também, um ato por meio do qual os estudantes interpelam as autoridades universitárias e governamentais colocando em evidência uma agenda política que de outro modo permaneceria na penumbra. Exercendo seu direito à rebelião, os estudantes estão redefinindo os termos da discussão e argumentando, com seus atos, em favor da autonomia universitária e da defesa de uma universidade pública. A ação dos estudantes é uma resposta vigorosa à crise das universidades paulistas. Essa crise não começou com os decretos do governador José Serra. A redução do quadro docente e seu envelhecimento, as restrições orçamentárias, o estrangulamento do financiamento estatal para a pesquisa e a pós-graduação são sintomas dessa crise. Mas se o governador não criou essa crise ele sem dúvida a agravou com seus decretos, com a criação da Secretaria de Ensino Superior e com a nomeação do professor José Pinotti, vice-reitor das Faculdades Metropolitanas Unidas como secretário. O atual movimento estudantil expressa, também, a insatisfação contra um governo federal que deu início a seu mandato anunciando a vitória da esperança sobre o medo para, logo a seguir, frustrar essas mesmas esperanças. Condenados a ver a universidade na qual depositaram o seu futuro sucateada e o próprio futuro confiscado pelos governos estaduais e federal os estudantes resolveram agir. O alcance dessa ação ainda depende da capacidade de articular um programa de renovação da universidade com um programa de transformação social. Embora vigorosa, a ação dos estudantes não pode ser considerada desmedida ou inusitada. Não há novidade em uma ocupação universitária, assim como não há novidade na oposição que ela desperta entre os setores mais conservadores da comunidade acadêmica e da sociedade. A história da universidade é também a história do movimento estudantil e de suas ocupações. Em nosso continente, a agenda da autonomia universitária, da gestão pela comunidade universitária e da docência livre foi apresentada pela primeira vez pelos estudantes na Universidade de Córdoba, em 1818. Rapidamente os estudantes despertaram a simpatia de um nascente movimento sindical que e eles se uniu nas ruas de Córdoba. Também houve, nessa ocasião, a ocupação da universidade, e também não faltaram os que condenaram os estudantes, como fez o bispo do Córdoba, que anunciou horrorizado a chegada da "hora das democracias e do proletariado, criada e saudada com ardor pelos apóstolos da demagogia, hora de subversão e anarquia geral". O movimento de Córdoba definiu para a América Latina um paradigma de universidade pública, laica e democrática, co-gerida por estudantes e professores, independente da Igreja e do Estado e aberta aos problemas de sua época. Esse paradigma influenciou imediatamente movimentos de reforma universitária no Peru, Chile, Cuba, Colômbia, Guatemala e Equador e, durante a década de 1930, no Brasil, Paraguai, Bolívia, Venezuela e México. Olhando a partir do presente são poucos os que duvidam que a razão estava com os estudantes de Córdoba que ocuparam a universidade e não com o bispo da cidade. E hoje, perante as ocupações na USP, Unesp e Unicamp quem estaria disposto a fazer o papel do bispo? Alguns pedem a intervenção policial. Caso isso ocorra, as universidades passariam a ser ocupadas não pelos seus alunos e funcionários, mas por uma força militar repressiva inaugurando uma situação inédita e que se tornaria a maior violação do princípio da autonomia universitária. A universidade, sede do pensamento crítico e do debate livre das idéias estaria cedendo a voz da razão para a força das armas. A situação da USP é a mais crítica. Ainda é tempo da reitora Suely Vilela realizar o que havia se comprometido: conversar com os estudantes numa audiência pública, ouvir as suas reivindicações e explicar-lhes a sua posição diante dos decretos do governador Serra. Ainda é tempo de ser convocada uma reunião aberta no anfiteatro na qual a crise entre a comunidade acadêmica possa ser debatida, sem a presença da polícia. Neste momento, a simples retomada da negociação e a reabertura do diálogo já seriam uma demonstração de respeito à vocação crítica e democrática da universidade autônoma. O outro caminho é o da repressão policial que abrirá uma ferida que será difícil de curar no seio da USP e de todas as universidades públicas paulistas e brasileiras. …………………………

………………………………………………………………………………………………….* Professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). ** Professor do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP). *** Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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ATO EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA! HOJE!

Caros funcionários(as) e professores(as), Os(as) estudantes que ocupam a Reitoria convidam todos a participar do Ato em Defesa da Universidade Pública e contra a intervenção da Polícia Militar na Universidade Pública. Sobre a iminência da ação da tropa de choque para cumprir, de forma violenta, a reintegração de posse do prédio da Reitoria – ocupado pelos alunos desde o dia 3 de maio – é preciso que todos aqueles que se colocam contra essa brutal intervenção se posicionem publicamente por meio desse ato, reforçando o repúdio aos ataques à autonomia universitária. O ato será nesta segunda-feira (dia 21/05) às 14h na frente do prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo Gratos, estudantes

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Pauta de reivindicações atualizada

Pauta de reivindicações atualizada.

Compreendendemos a falta de clareza, o descontentamento em relação às reivindicações e a precipitação na formulação dos pontos pautados, portanto apresentamos uma reorganização do documento já veiculado, na tentativa de promover discussões e reflexões mais precisas e construtivas acerca das nossas atuais necessidades e exigências. No processo de manutenção deste documento encontramos certas colocações incoerentes que nos impeliram a alterar, até mesmo, o número de pautas apresentadas. No entanto, atentamos que não houve modificações quanto ao sentido das exigências.

Pauta de Reivindicações dos Estudantes que ocupam a Reitoria da USP:

1. Aumento de verbas para a Educação Pública, os quais foram aprovados pela Assembléia Legislativa e, posteriormente, vetados pelo Governo do Estado de São Paulo (gestão Alckmin/ Lembo e mantida pelo Governo Serra). Que a LDO ( Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2007 reponha os aumentos vetados pelo Executivo.

2. Revogação de todos os decretos impostos neste ano pelo Governador José Serra acerca da Educação no Estado (como os de nº. 51.460, 51.461, 51.471, 51.636, 51.660), os quais representam um forte retrocesso para a universidade pública na medida em que atacam explicitamente sua autonomia.Tais determinações agridem não só em relação à gestão financeira, mas também no que concerne a sua função máxima: o ensino e a pesquisa autônomos, livres de interesses mercadológicos e meramente instrumentais. Institucionalizam a separação do tripé ensino, pesquisa e extensão, dividindo ainda mais a articulação no interior da educação pública, priorizando cursos e pesquisas de cunho operacional, ou seja, orientadas explicitamente por uma lógica mercantil. Separam a Fapesp e o Centro Paula Souza (Fatecs e Etes) das Universidades, antes submetidas à Secretaria de Ciência e Tecnologia, agora seccionadas em Secretaria do Ensino Superior e Secretaria do Desenvolvimento. Por fim, suspendem a contratação autônoma de funcionários e professores, abrindo espaço para o acirramento do processo de terceirização e precarização do trabalho.

3. A democratização da Universidade: o Conselho Universitário aberto à participação de estudantes, funcionários e professores, com direito à voz e voto. Além da discussão de eleições diretas para Reitor.

4. Realização de uma audiência pública com a Reitoria onde sejam discutidos os decretos acima citados e seja expressa publicamente sua posição frente a eles. Tal posição deve ser divulgada em jornais e mídias de grande alcance, posto que tais resoluções referem-se diretamente à sociedade brasileira.

5. Contratação imediata de professores e funcionários, conforme as demandas a serem levantadas pela própria comunidade USP, através de comissões mistas locais (professores, funcionários e estudantes) a cada situação específica. Efetivação imediata daqueles contratados em regimes de trabalho precários e/ou terceirizados.

6. Liberação automática das vagas dos professores que se aposentam ou se desligam da Universidade.

7. Arquivamento do processo de modificação das regras de cancelamento de matrícula dos estudantes da USP, encaminhado pelo Conselho de Graduação para o Conselho Universitário.

8. Contratação de professores para atender às demandas advindas do processo de implementação de novas disciplinas de Licenciatura, regulamentadas pelo MEC em 2001 nos cursos da Universidade, em especial na Faculdade de Letras.

9. Construção de um novo prédio para Letras, FOFITO e das demais faculdades que apresentem necessidades, além da manutenção dos prédios da FFLCH e IME.

10. Formulação, em conjunto com os estudantes, de um projeto a longo prazo para a moradia estudantil em todos os campi da USP, os quais devem definir desde a estrutura física das moradias até a autonomia dos moradores sobre os espaços que utilizam. Nos casos de Ribeirão Preto e São Carlos: solução imediata referente à falta de vagas através da construção de novas moradias, não apenas em formas paliativas como o Auxílio Moradia.

Em relação ao campus Butantã exigimos:

I) A construção imediata de três novos blocos de moradia, totalizando 600 vagas, bem como a reforma dos blocos já existentes. Deverá ser garantida dotação orçamentária anual para política de permanência;

II) Garantia de moradia adequada para todos os estudantes alojados no CEPEUSP e no CRUSP;

III) Linha regular dos ônibus da cidade (SPtrans) circulando dentro da USP aos sábados, domingos e feriados, sem restrição de entrada destes. A não-terceirização dos Circulares da USP e o funcionamento destes ininterruptamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 6h às 24h, com intervalo de 30 minutos;

IV) Alimentação aos sábados (jantar) e domingos (almoço e jantar) nos restaurantes universitários;

V) Os moradores não deverão ser expulsos da moradia enquanto possuam vínculo com a universidade;

VI) As colméias do CRUSP terão de ser imediatamente desocupadas, exceto o CINUSP, sendo o controle destas passado aos moradores para a criação de um espaço de vivência e alojamento provisório;

VII) Proibição de atividades esportivas ao redor das moradias estudantis que causem transtorno aos moradores ou que impeçam o deslocamento normal dos mesmos;

11. Os estudantes e funcionários devem ter acesso assegurado aos Planos de Meta de todos os cursos e departamentos da USP.

12. Nenhuma punição – sindicâncias ou demais processos administrativos e repressivos – contra os estudantes em relação à ocupação da Reitoria, a qual se deu devido à ausência do representante legal da Reitoria na audiência pública convocada no anfiteatro da geografia, e pelo impedimento da entrada dos estudantes no prédio em questão para a entrega de sua pauta de reivindicações no dia 03/05/2007.

13. Exigimos a total autonomia dos espaços ocupados e geridos pelos estudantes, ou seja, a liberdade de manifestação política (panfletagem, colagem de cartazes, etc.) e cultural (festas, festivais, etc.).

14. Retirada de todos os processos de sindicância administrativos e judiciais movidos ou em andamento contra os estudantes e funcionários da USP.

15. Lutas por ações afirmativas – mudança radical na concepção de Inclusp para garantir o acesso real de negros e pobres à universidade.

16. Retirada da polícia do interior do campus.

17. Reabertura do campus para todos, 24h por dia, tornando o espaço legitimamente público.

18. Estatuinte. 

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O Jeito Serra de Governar

Matéria públicada no Conversa Afiada por Paulo Henrique Amorim é uma ótima analise ótica sobre os decretos e política do governador Serra.Recomendamos que leiam.

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Programa de segunda feira

21/0508:30 – Reunão com a Reitoria, Estudantes e o Senador Eduardo Suplicy sobre as 17 reivindicações.14:00 – Ato em Defesa da Universidade Pública – em frente a reitoria ocupada da USP.14:30 – Cultura de Greve – Debate com o Prof. István Jancsó (Instituto de Estudos Brasileiros – USP) – Universidade e projeto nacional.17:00 – Palestra com o Jornalista Rui Costa Pimenta (Partido da Causa Operária) sobre 90 anos da Revolução Russa.19:00 – Debate com Chico – Operário da fábrica gerida pelos funcionários FaSinPat (Zanon) – Argentina.20:30 – Massagem, meditação e outros.23:00 – Exibição do filme documentário sobre software livre Revolution OS.

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Moção de apoio da ACEPUSP

Nós, do Cursinho Papular ACEPUSP, apoiamos a ocupação da reitoria da USO, por parte dos estudantes realizada no dia 03/05/2007 após o não comparecimento da reitoria na audiência pública chamada pelos estudantes realizada no anfiteatro da Geografia-FFLCH/USP. Concordamos que os decretos do governador José Serra (n.º 51.460, 51.461, 51.471, 51.636, 51,660) afetam diretamente a autonomia universitária, postando-nos favoráveis a sua revogação de comum acordo com a luta desenvolvida pela ocupação, expressa entre os 17 pontos da pauta dos estudantes. Medidas como a do Sr. José Serra aprofundam o afunilamento do acesso por parte da população à utilização deste bem público assim como a gestão e a excelência da produção de conhecimento, tarefas da universidade pública. Que lutemos juntos, por uma universidade pública, gratuita, de qualidade e de acesso a todas e todos. Saudações. Cursinho Popular da ACEPUSP*ACEPUSP – Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da Universidade de São Paulo

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Lista atualizada e ampliada para intelectuais

O abaixo-assinado dos docentes da USP agora tem agora 219 apoiadores e se estendeu a uma outra lista com intelectuais e professores com 49 apoiadores.Unindo-se na preocupação com a manutenção e ampliação democrática do ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas, empreendendo lutas contra os decretos do governo Serra, os quais inviabilizam a autonomia universitária, pedem a reabertura das negociações com os estudantes e funcionários que ocupam a reitoria da USP e refutam qualquer ação violenta de desocupação do prédio, tendo em vista a justeza da causa política em defesa da universidade pública.LISTAS:Docentes da USPIntelectuais e Professores

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