Ocupação da Reitoria da USP
Não à intervenção policial
No dia 3 de maio, cerca de duzentos estudantes ocuparam a Reitoria da USP. Foi resposta dada ao decreto do governador José Serra, que atinge a autonomia universitária. Mas outras reivindicações também motivaram o movimento, como a falta de professores, o sucateamento da universidade pública e a falta de moradia no campus.
A decisão de ocupar a Reitoria ocorreu depois da Reitora, Suely Vilela, cancelar uma audiência com os estudantes, que pretendiam questionar o decreto do governador e apresentar uma carta de reivindicações.
Logo se verificou a importância política da ocupação. O conflito obrigou a Reitora e o governo a se manifestarem. Negociaram um acordo de cúpula para explicar que não havia mais risco de quebra da autonomia. Algumas quirelas foram apresentadas pela Reitora, como resposta às reivindicações específicas dos estudantes.
O juiz Edson Ferreira da Silva expediu mandato de reintegração. Mediações políticas foram montadas. Mas os ocupantes não viram resultados positivos. As assembléias resolveram manter a ocupação. Cresceram as pressões políticas e a ameaça policial. Mas o movimento também cresceu. A greve estudantil foi decretada. Em seguida, os funcionários fizeram o mesmo. A ADUSP, no dia 23/5, convocou assembléia: professores iniciaram greve.
No dia 16, estudantes da UNICAMP desencadearam o movimento grevista. Professores e funcionários aderiram à luta. Na UNESP, várias unidades estão parcialmente paralisadas.
O movimento contrário à ocupação encabeçado por professores da reação, a campanha da imprensa, a atuação da Justiça e o cerco policial não conseguiram isolar os manifestantes. O fortalecimento da luta, que uniu estudantes, funcionários e professores, impossibilitou que a tropa de choque desalojasse os estudantes. Ficou claro que a ocupação se constituiu em um marco de resistência ao processo de desmonte, de descaracterização e privatização da universidade pública.
A ocupação e a greve dos três setores precisam ser defendidas contra a ação judicial e policial. O mesmo juiz que expediu a reintegração, acabou de proibir os piquetes grevistas e determinou multa de mil reais diários sobre o SINTUSP. É sempre assim, o Estado atua para esmagar os movimentos com a força da lei antigreve e da polícia. Pretende-se calar o movimento que retoma a luta pelo ensino público, laico e gratuito.
A Apropuc desde o início reconheceu legitimidade e sentido político positivo na ocupação da Reitoria. Juntamente com a AFAPUC e entidades estudantis da PUC, defende a não intervenção militar, o atendimento do governador Serra de revogação do decreto e solução das reivindicações apresentadas pelo movimento.
São Paulo, 25 de maio de 2007.
A Diretoria da APROPUC – Associação dos Professores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
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