Moção de Apoio da EDUCAFRO!!

São Paulo, 21 de Maio de 2007. EDUCAFRO MANIFESTA APOIO À LUTA DOS ESTUDANTES DA USP Rede de cursinhos comunitários para negros condena uso da força policial e está solidário com propostas dos universitários, professores e funcionários! A EDUCAFRO – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes, rede de pré-vestibulares comunitários presente em toda periferia de São Paulo, conforme deliberado em assembléia geral dos núcleos de base, vem a público expressar sua solidariedade e apoio ao movimento que hoje ocupa a reitoria da USP, bem como às reivindicações dos professores, funcionários e professores desta Universidade. O grande êxito da "Ocupação" é despertar toda sociedade para as sérias questões apresentadas nos 17 itens de exigências dos estudantes. Muitos pontos da Pauta são lutas da Educafro, de movimentos sociais e do movimento negro. Devem ser aprofundados pela USP, pelo Governo Serra, pela ALESP e Poder Judiciário urgentemente! Por este motivo, apoiamos a atual Ocupação da Reitoria USP! Da ditadura militar aos nossos dias, a juventude organizada resiste, contesta e propõe novos rumos. Nesse sentido, a luta pelo acesso igualitário à educação pública e pelo resgate do papel da universidade enquanto espaço de resistência tem sido uma das suas principais bandeiras. É de se lamentar o fato de que o atual governador José Serra e muitos políticos que militaram no movimento estudantil, tendo resistido ao autoritarismo, tomem hoje posicionamentos repressivos defendendo o uso da força policial contra os estudantes. É triste ver a USP acionando a policia contra os seus próprios alunos. Não é de hoje que a Universidade usa do autoritarismo e se recusa a repensar suas práticas. A Educafro já sofreu com diversas formas de repressão ao se manifestar, sendo impedida de participar de discussões públicas sobre Ações Afirmativas ou tendo seus alunos impedidos de adentrar-se ao Campus. A negativa da USP em ceder isenções da taxa do vestibular (só conquistada com muita luta judicial e protestos) ou incluir quesito étnico no INCLUSP, além da insistente postura da USP em não alterar o quadro de exclusão de negros(as) são demonstrações da mesma REPRESSÃO. Hoje se põem novos desafios não só aos estudantes da USP, mas também a toda a juventude: Transformar a USP numa Universidade a serviço da sociedade, democratizando e universalizando o acesso às camadas populares. Durante os mais de 10 anos de luta da Educafro pela inclusão de pobres e negros à Universidade, a USP tem se mostrado insensível e tem tomado atitudes elitistas e excludentes. Exigimos o atendimento às pautas colocadas pelo movimento, em especial, que acolha o item 15, "Lutas por ações afirmativas – mudança radical na concepção de Inclusp para garantir o acesso real de negros e pobres à universidade". A Educafro acompanha com preocupação o desenrolar dos acontecimentos na USP. Acreditamos que, em nome do bom senso e da justiça, a Reitoria da USP, Universitários, Professores e Funcionários, retomarão os encaminhamentos necessários da pauta de reivindicações em todos os seus 17 pontos! Exigimos que o Governador Serra ordene a retirada imediata da polícia militar do interior do campus e, em conjunto com a USP, requerer judicialmente a cassação da ordem de reintegração! Apelamos à capacidade política do governador e da reitoria da Usp, no sentido de buscar o diálogo, dispensando o USO DA FORÇA POLICIAL, ARTICÍFICIO QUE REPUDIAMOS E ENTENDEMOS SER CARACTERÍSTICA EXCLUSIVA DOS GOVERNOS AUTORITÁRIOS! Apoiamos e nos solidarizamos aos guerreiros e guerreiras! Que ZUMBI DOS PALMARES sirva de inspiração e a RESISTÊNCIA DO POVO AFRO-BRASILEIRO ao longo da história, dê luzes às próximas ações! Sede Nacional da Educafro

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