Pauta de reivindicações atualizada.
Compreendendemos a falta de clareza, o descontentamento em relação às reivindicações e a precipitação na formulação dos pontos pautados, portanto apresentamos uma reorganização do documento já veiculado, na tentativa de promover discussões e reflexões mais precisas e construtivas acerca das nossas atuais necessidades e exigências. No processo de manutenção deste documento encontramos certas colocações incoerentes que nos impeliram a alterar, até mesmo, o número de pautas apresentadas. No entanto, atentamos que não houve modificações quanto ao sentido das exigências.
Pauta de Reivindicações dos Estudantes que ocupam a Reitoria da USP:
1. Aumento de verbas para a Educação Pública, os quais foram aprovados pela Assembléia Legislativa e, posteriormente, vetados pelo Governo do Estado de São Paulo (gestão Alckmin/ Lembo e mantida pelo Governo Serra). Que a LDO ( Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2007 reponha os aumentos vetados pelo Executivo.
2. Revogação de todos os decretos impostos neste ano pelo Governador José Serra acerca da Educação no Estado (como os de nº. 51.460, 51.461, 51.471, 51.636, 51.660), os quais representam um forte retrocesso para a universidade pública na medida em que atacam explicitamente sua autonomia.Tais determinações agridem não só em relação à gestão financeira, mas também no que concerne a sua função máxima: o ensino e a pesquisa autônomos, livres de interesses mercadológicos e meramente instrumentais. Institucionalizam a separação do tripé ensino, pesquisa e extensão, dividindo ainda mais a articulação no interior da educação pública, priorizando cursos e pesquisas de cunho operacional, ou seja, orientadas explicitamente por uma lógica mercantil. Separam a Fapesp e o Centro Paula Souza (Fatecs e Etes) das Universidades, antes submetidas à Secretaria de Ciência e Tecnologia, agora seccionadas em Secretaria do Ensino Superior e Secretaria do Desenvolvimento. Por fim, suspendem a contratação autônoma de funcionários e professores, abrindo espaço para o acirramento do processo de terceirização e precarização do trabalho.
3. A democratização da Universidade: o Conselho Universitário aberto à participação de estudantes, funcionários e professores, com direito à voz e voto. Além da discussão de eleições diretas para Reitor.
4. Realização de uma audiência pública com a Reitoria onde sejam discutidos os decretos acima citados e seja expressa publicamente sua posição frente a eles. Tal posição deve ser divulgada em jornais e mídias de grande alcance, posto que tais resoluções referem-se diretamente à sociedade brasileira.
5. Contratação imediata de professores e funcionários, conforme as demandas a serem levantadas pela própria comunidade USP, através de comissões mistas locais (professores, funcionários e estudantes) a cada situação específica. Efetivação imediata daqueles contratados em regimes de trabalho precários e/ou terceirizados.
6. Liberação automática das vagas dos professores que se aposentam ou se desligam da Universidade.
7. Arquivamento do processo de modificação das regras de cancelamento de matrícula dos estudantes da USP, encaminhado pelo Conselho de Graduação para o Conselho Universitário.
8. Contratação de professores para atender às demandas advindas do processo de implementação de novas disciplinas de Licenciatura, regulamentadas pelo MEC em 2001 nos cursos da Universidade, em especial na Faculdade de Letras.
9. Construção de um novo prédio para Letras, FOFITO e das demais faculdades que apresentem necessidades, além da manutenção dos prédios da FFLCH e IME.
10. Formulação, em conjunto com os estudantes, de um projeto a longo prazo para a moradia estudantil em todos os campi da USP, os quais devem definir desde a estrutura física das moradias até a autonomia dos moradores sobre os espaços que utilizam. Nos casos de Ribeirão Preto e São Carlos: solução imediata referente à falta de vagas através da construção de novas moradias, não apenas em formas paliativas como o Auxílio Moradia.
Em relação ao campus Butantã exigimos:
I) A construção imediata de três novos blocos de moradia, totalizando 600 vagas, bem como a reforma dos blocos já existentes. Deverá ser garantida dotação orçamentária anual para política de permanência;
II) Garantia de moradia adequada para todos os estudantes alojados no CEPEUSP e no CRUSP;
III) Linha regular dos ônibus da cidade (SPtrans) circulando dentro da USP aos sábados, domingos e feriados, sem restrição de entrada destes. A não-terceirização dos Circulares da USP e o funcionamento destes ininterruptamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 6h às 24h, com intervalo de 30 minutos;
IV) Alimentação aos sábados (jantar) e domingos (almoço e jantar) nos restaurantes universitários;
V) Os moradores não deverão ser expulsos da moradia enquanto possuam vínculo com a universidade;
VI) As colméias do CRUSP terão de ser imediatamente desocupadas, exceto o CINUSP, sendo o controle destas passado aos moradores para a criação de um espaço de vivência e alojamento provisório;
VII) Proibição de atividades esportivas ao redor das moradias estudantis que causem transtorno aos moradores ou que impeçam o deslocamento normal dos mesmos;
11. Os estudantes e funcionários devem ter acesso assegurado aos Planos de Meta de todos os cursos e departamentos da USP.
12. Nenhuma punição – sindicâncias ou demais processos administrativos e repressivos – contra os estudantes em relação à ocupação da Reitoria, a qual se deu devido à ausência do representante legal da Reitoria na audiência pública convocada no anfiteatro da geografia, e pelo impedimento da entrada dos estudantes no prédio em questão para a entrega de sua pauta de reivindicações no dia 03/05/2007.
13. Exigimos a total autonomia dos espaços ocupados e geridos pelos estudantes, ou seja, a liberdade de manifestação política (panfletagem, colagem de cartazes, etc.) e cultural (festas, festivais, etc.).
14. Retirada de todos os processos de sindicância administrativos e judiciais movidos ou em andamento contra os estudantes e funcionários da USP.
15. Lutas por ações afirmativas – mudança radical na concepção de Inclusp para garantir o acesso real de negros e pobres à universidade.
16. Retirada da polícia do interior do campus.
17. Reabertura do campus para todos, 24h por dia, tornando o espaço legitimamente público.
18. Estatuinte.
ei Lucas..quanto a sua última dúvida..dã..dã..hein meu amigo.
tem muita gente que mora longe de São Paulo e passa finais de semana e feriados no Crusp.
14. Retirada de todos os processos de sindicância administrativos e judiciais movidos ou em andamento contra os estudantes e funcionários da USP.
Não é preciso analisar caso a caso o que motivou os processos, ao invés de retirá-los sumariamente?
Vocês precisam entender realmente a máquina administrativa que rege a USP ou seja qual for a instituição de ensino em pauta. Precisam ser reais especialista (ou irem atrás de quem seja)e terem participação efetiva na reunião que define para onde vai a verba destinada à sua instituição (que geralmente é no segundo semestre), pois é aí que ocorrem as más projeções, os desvios e as corrupções. Exijam uma administração (reitoria/ diretoria) transparente que diga o quê foi feito e o quê não foi feito e o porquê. Saibam separar o joio do trigo e descobrir quem está querendo levar vantagem sobre esse movimento e saibam ouvir um não do que vários sim falsos, sem planos, sem programas, sem projetos. Infelizmente, até agora, quem falou à mídia “não sabia nem seu próprio nome”. Escolham porta vozes especialistas que contestem à altura e convençam porque sabem o quanto vem e o quanto pode e deve ser repartido entre os diversos cursos que temos nesta universidade.
Porta vozes que apontem o dedo para quem falhou e com provas cabais para isso e que aí sim, deixem que estas informações cheguem à midia. Dessa forma terão toda a comunidade ao lado de vocês, pois hoje, por mais que digam que sua manifestações foram pacíficas, não foram!!! Visto o caos causado em São Paulo no dia 31/05 para um protesto que está mais que decretado que não pode acontecer na frente do Palácio dos Bandeirantes… simplesmente desnecessário e pueril, me desculpe. Quem é realmente estrategista se infiltra aonde precisa e faz valer suas idéias porque convence que é o melhor para todos sejam funcionários, professores e alunos. Aqui sim, cabem sistemas de sindicância formado pelas partes envolvidas para fiscalização.E outra coisa, a USP está abarrotada de especialistas em administração pública, peçam ajuda, se preparem e depois lutem…
Algumas dúvidas…
“I) A construção imediata de três novos blocos de moradia, totalizando 600 vagas, bem como a reforma dos blocos já existentes. Deverá ser garantida dotação orçamentária anual para política de permanência;”
Antes de reivindicar o aumento do número de vagas disponíveis no CRUSP, não se deveria verificar quem dos que lá estão realmente são estudantes? Verificar quem já se formou e ainda está lá, sem estar matriculado em algum curso de extensão(ocupando vaga que poderia ser destinada a quem precisa)?
Outro questionamento é sobre as reivindicações referentes aos Circulares: “…funcionamento destes ininterruptamente, inclusive aos sábados, domingos e feriados, das 6h às 24h…”
Por que o funcionamento dos Circulares aos Sabados, Domingos e Feriados?
Obrigado pela atenção.